terça-feira, 30 de setembro de 2008


IncaPaz.

Sinto-me como um rio que espraia
Aquele que revive o verde, que engorda a vida
Sinto-me como um rio que beija a pedra
Aquele que lambe margem e umedece a terra

Sinto-me calmo como quem se banha
Aquele que se banha no lago, no rio, no mar
Sinto-me beijado, como a pedra, lambido, molhado
Aquele que foi guardado, escolhido, amado

Sinto-me um pedaço do todo, todo querido, todo criado
Aquele que sabe que é amado, querido, cuidado
Sinto que sou limitado, pobre, coitado, porém amado
Aquele que foi guardado, apesar de culpado

Sinto-me incapaz de entender, de ver, por que fui poupado
Aquele que queria saber, de onde vem, aonde vai
Sinto-me calmo, sinto viver, sinto saber
Aquele que está chegado, bem recebido, por Deus abraçado

Sinto que sou levado, me entreguei amando, a qualquer resultado
Aquele que não quer saber quer ser levado
Sinto que sou amparado, sou como um rio, sou amado
Aquele espraiado, pro mar puxado e de lá levado.

r.e.castro 30/09/2008

domingo, 28 de setembro de 2008


O pastor norte-americano Martin Luther King Jr. é um dos grandes vultos da História. Ele foi a maior liderança na luta contra a terrível segregação racial nos Estados Unidos, e recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1964. Os norte-americanos o respeitam de tal modo, que o dia do seu aniversário foi transformado em feriado nacional, uma honra antes concedida apenas aos ex-presidentes George Washington e Abraham Lincoln. Seu testemunho é reverenciado pelas pessoas de todos as nacionalidades, credos, posições políticas e etc. Como escreveu sua biógrafa, Nancy Shuker, “Martin Luther King pregou amor e perdão – mesmo quando encarcerado e ameaçado de morte”. Ele morreu assassinado aos 39 anos, mas sua vida é um estrondoso testemunho cristão.Martin nasceu dia 15 de Janeiro de 1929. Era filho e neto de pastores. Seu pai (também chamado Martin Luther King), era pastor da Igreja Batista. Foi um pai dedicado, que amava muito os filhos e comandava a família com firmeza. Ele preparava sermões, dirigia várias atividades na igreja durante a semana e ainda atuava na luta contra o racismo. Sua mãe, Alberta Williams, era filha de Adam Daniels Williams, que também foi pastor batista. Alberta tocava órgão nos cultos de domingo. A vida de toda família girava em torno da igreja.Martin aos 5 anos sabia de cor várias passagens da Bíblia e muitos hinos. Desde criança foi muito inteligente e ativo. Quando sua avó faleceu, Martin ficou muito desesperado. Seu pai lhe disse: “Deus tem Seu plano e o Seu modo de fazer as coisas. E nós não podemos mudar ou interferir no momento que Ele escolhe para chamar as pessoas de volta para o Seu lado”. Muitos anos mais tarde, em inúmeras ocasiões, foi essa sabedoria que lhe deu coragem para enfrentar a perspectiva da morte com serenidade.Aos 17 anos Martin pediu ao seu pai uma oportunidade para pregar na Igreja. O pai aceitou o pedido e pediu para o filho preparar o sermão. No dia do culto o templo estava lotado e a pregação foi ouvida com entusiasmo. Foi um culto vibrante e todos voltaram felizes para suas casas. Um ano depois o jovem foi ordenado pastor.Sendo um rapaz estudioso, Martin Luther King Jr. se formou e doutorou em teologia. Seu apartamento era um ponto de encontro dos jovens intelectuais negros. Aos 25 anos assumiu o pastorado de uma igreja batista. Passou a pregar as mensagens com um amor cada vez maior, e o templo ficava lotado. Neste período suas ações na luta contra o racismo já eram notícia nacional.No entanto, Martin ainda guardava grande rancor no coração contra os homens brancos. Ele viveu no sul dos EUA onde o racismo era mais forte. Lá a situação era tão perversa, que algumas leis garantiam a existência da segregação. Uma dessas leis determinava que os negros, para entrar num ônibus, deveriam pagar a passagem pela porta da frente, entrar pela porta traseira, e caso um branco entrasse e não houvesse mais vagas no ônibus, os negros deveriam ceder seus lugares – mesmo as mulheres deveriam ceder o assento para os homens.Mas as palavras de Jesus “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mateus 5:44), deram um novo rumo para Martin Luther King. Amadureceu em seu coração a convicção de que todos devemos viver o amor de Cristo integralmente: não apenas com palavras, mas com atos.Fortalecido pela Palavra, Martin levou seu projeto de destruir o racismo, apenas com protestos pacíficos, adiante. E foi um sucesso. Ele lutou pela paz. Ele foi um verdadeiro pacificador. E como o Senhor Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9). Os pacificadores não são aqueles apenas dotados de natureza pacífica, nem os que aceitam a paz, ou que preferem a paz ao desacordo, nem os que tem paz na alma, com Deus, e nem os que amam a paz. Os pacificadores são aqueles que promovem ativamente a paz e procuram estabelecer a harmonia entre inimigos.Poucos homens foram capazes de encontrar um equilíbrio tão grande entre teoria e prática, teologia e vida piedosa, conhecimento e humildade, como Martin Luther King. Seu testemunho enche nossos corações de motivação.Que a vida de Martin Luther King seja um exemplo para nós. Sua perseverança em meio a muitas dificuldades, seu empenho na organização de boicotes e protestos não-violentos, sua paciência quando insultado e agredido, sua determinação em levar às últimas conseqüências o amor pelo próximo e sua ousadia ao pregar o Evangelho. Ele jamais desistiu e conquistou tamanhas vitórias, porque sua força vinha da comunhão com o Senhor Jesus Cristo. Só com o Espírito Santo vivendo em nós somos capazes de viver o verdadeiro cristianismo, o verdadeiro Amor!
“Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? Não fazem os gentios também o mesmo? Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial” Mateus 5:46-48.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008


“Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha”.
Mateus 12:30
Pensamento: Na guerra espiritual, todos, querendo ou não, precisam tomar um lado. Ou lutamos com Jesus ou lutamos contra ele. Não há meio termo. Cada homem e cada mulher estão num campo ou n'outro. Consciente ou não da sua escolha, você está apenas num dos dois lados. O pensamento sedutor de que Deus é um só e que todos os caminhos levam a ele, independente de crença ou religião, é desmascarado pela declaração de Jesus aqui. Há uma forte pressão hoje de ficar "neutro", de não tomar lados. O pluralismo com sua bandeira multicolorida de "diversidade cultural" é empurrado cada vez mais pela cultura moderna. Por que não conseguimos ver a hipocrisia de uma era que proclama tanto o pluralismo, mas, que reage de forma tão truculenta contra aqueles que ousam expressar suas convicções baseadas na Palavra de Deus? A opção de muitos é a neutralidade. "Jesus é pela paz e amor". "Deus é um só". Aos poucos, pecados abomináveis a Deus são transformados em "opções" a critério do indivíduo. Milímetro por milímetro, o povo de Deus muda de lado e desce a ladeira para o campo do inimigo. Lembramos que o homem que Jesus mais elogiou, João Batista, foi perseguido e morto porque recusou se calar diante da "diversidade cultural" e das “opções” dos governantes do seu tempo. Mais adiante, um por um, os discípulos do Mestre foram pressionados, oprimidos, perseguidos e em alguns casos martirizados porque insistiram em ser fiéis por aquele que ficou na cruz por eles. Será que temos a mesma coragem? Será que estamos vendo de que lado estamos? Jesus disse "quem comigo não ajunta..." Ele prometeu estar conosco. E ele está pronto. Jesus fez a sua escolha e pagou o preço com a sua vida. A questão não é se ele está conosco, a questão para nós agora é - será que nós estamos com ele?
Oração: Pai amoroso, damos graças ao Senhor por ter um único caminho em Jesus. Agradecemos porque não precisamos ter dúvidas nem vacilos. O Caminho é claro e fácil de ver. Não precisamos servir ou tentar seguir diversos deuses ou religiões. Basta Jesus e o Caminho para chegar ao Senhor. Ajude-nos a ter a coragem de escolher Jesus, aquele que nos escolheu acima de sua própria vida. Agradecemos tão grande amor por nós e em nome de Jesus oramos. Amém.



Dennis Downing é o autor do devocional diário "Jesus disse". Copyright © 2006-2008 Dennis Downing. Todos os direitos reservados.As citações bíblicas são da Nova Versão Internacional (NVI), da Sociedade Bíblica Internacional (www.sbibrasil.org.br), salvo indicação em contrário.

terça-feira, 23 de setembro de 2008



Grande é a seara.
Seria justo perceber uma pessoa caçoar de irmãos evangélicos e deixar de apresentar a Verdade a esta pessoa, considerando-a indigna? Como poderíamos definir a quem pregar ou não a boa nova. A bíblia diz que devemos semear a verdade não importando se irá vingar ou não, fazemos assim a nossa parte. Estive há poucos dias com uma turma de amigos antigos que eu não via alguns a mais de vinte anos. Somos levados pela vida e podemos concluir que as situações impostas no decorrer da trajetória definem futuros muitas vezes diferentes dos prognósticos, porem se examinarmos mais profundamente iremos ver defeitos e qualidades impercebíveis no passado fortemente aparentes. Percebemos a graça comum abençoando a todos e muitos problemas distribuídos entre o grupo de certa forma a primeira vista injustamente.
Hoje ciente da Verdade, cônscio da responsabilidade cristã, amparado por Deus, vivo percebendo a cada momento a minha total incapacidade de viver afastado do Senhor e sinto-me abençoado sempre que constato que a segurança provém de Deus. É constrangedor perceber pessoas agraciadas por Deus, viverem auto-suficientes acreditando serem unicamente por suas capacidades, merecedores das vitórias alcançadas. Percebe-se a chegada da idade madura e a proximidade dos problemas de saúde e vemos o desconforto destas pessoas não contarem com a certeza da presença de Deus em suas vidas. Sabemos que chegará a hora que infelizmente todos nós estaremos menos saudáveis e sofreremos das mazelas características do desgaste físico, nossas atividades serão menos intensas e o tempo para a reflexão será imposto pelo ócio. Muitos de nós lutamos por uma segurança financeira, prezamos a previdência, isso é correto, porém esquecemos, ou não queremos ver, a parceria de Deus em nossas vidas tão claramente perceptível. Não consegui de forma clara e explícita afirmar minha convicção cristã, mas ficou claro que sou cristão presbiteriano e que existem igrejas que não visam enganar pessoas vendendo “prosperidade”. Infelizmente sinto tristeza de não poder convencer cegos a enxergar, mesmo porque elas acham que enxergam bem. Recebemos o dom da vida, viemos ao mundo, passamos por aflições, sentimos também grandes alegrias, desfrutamos de tanta coisa boa, gratuitamente dada por Deus, mas o melhor, o que torna o resto todo pouco importante, a maioria não vê. Tenho amigos cristãos, quando estou com eles sentimos a felicidade de dividir a consciência da Graça de Deus, exultamos participar de um tesouro indescritível que só é visto através da fé em Jesus, nosso Deus, nosso Irmão e Pai.
Lc 23:34 Contudo Jesus dizia: Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.
r.e.castro 23/09/2008

domingo, 21 de setembro de 2008

MILAGRE DA RESTAURAÇÃO
Em sua obstinada e insistente tarefa de desmontar um carro velho e enferrujado e transformá-lo em um carro novo, o mecânico remove as crostas de ferrugem, tapa os buracos da lataria, e lixa as peças para reaproveitá-las ou mandar fabricar outras.
Deus também faz a restauração espiritual do ser humano com cuidado e sem pressa. Um verdadeiro milagre. O rei Davi entrou na oficina de Deus arrebentado e de muletas — sua alma estava corroída pelo pecado e seu coração perfurado pela culpa.
Antes de dizer “renova dentro em mim um espírito inabalável”, Davi suplica a Deus que o purifique, crie nele um coração puro. Davi não tentou subornar Deus com sacrifícios — ele sabia que o perdão de Deus é gratuito.
O arrependimento é muito mais que cobrir ferrugem antiga com tinta nova. A alegria da salvação requer completa restauração, que somente Deus pode fazer. E Jesus deseja reconstruir nossa vida, ainda que esteja repleta de sofrimentos, corroída pelo pecado, retorcida pela amargura e pela infelicidade.
Podemos até tentar fazer a reforma da nossa vida por nós mesmos, mas o máximo que vamos conseguir é maquiar o exterior. Só Deus pode fazer tudo novo.
Bruce M. Anderson
Retirado de Cada dia. http://www.lpc.org.br/

quinta-feira, 18 de setembro de 2008


Uma terapia cristã...
Como deveria entender “Uma terapia cristã”, seria como um paliativo à vida difícil que somos constrangidos a levar atualmente? Seria uma forma de agradar aos cristãos amenizando a verdade? Seria uma postura politicamente correta? Seria uma espécie de nova doutrina onde visássemos agradar o povo de Deus com uma graça barata? Não é a forma que eu vejo a adequação deste nome, considero correto vermos como aplicar a palavra terapia literalmente: Terapia: substantivo feminino
Rubrica: medicina.
1 tratamento de doentes; terapêutica
2 toda intervenção que visa tratar problemas somáticos, psíquicos ou psicossomáticos, suas causas e seus sintomas, com o fim de obter um restabelecimento da saúde ou do bem-estar; terapêutica

Em uma visão cristã reformada, acredito que o homem existe em uma situação de falência múltipla e parcial de suas faculdades, distante da sua ideal condição de imagem e semelhança ao criador (imago Dei), sofrendo em sua limitação de ser decaído. Vejo “Uma terapia cristã” como um convite aos que ainda não foram atingidos e também aos que estão desviados por ação das discrepâncias, exageros cometidos por "organizações" de exercício da fé por inescrupulosos, agindo de maneira equivocada afastando de Deus os seus queridos, que deveriam ser orientados na verdade bíblica da redenção. Vivemos em uma realidade corrompida onde as pessoas têm medo de toda e qualquer influência religiosa, cultivando um deus genérico em seu interior, medrando crer em deuses domesticados, usáveis em momentos necessários. É fato real a necessidade interior do homem e sua consciência moral, uma lei natural que o constrange a agir corretamente ou sentir-se mal quando não o faz, este sentimento tão bem descrito por C.S.Lewis. Entendo assim “terapia” como uma forma de tratamento para quem escreve e para quem lê, trocando percepções e experiências sem medo de expor suas fraquezas. Desde o início de minha conversão costumo abrir meu coração e confessar meus pecados e fraquezas aos meus irmãos de caminhada, tendo perfeito entendimento da urgência de uma vida transparente e de bom testemunho. Entendo que pelo conhecimento de meus erros, com a busca de aperfeiçoamento, estarei me aproximando do sentido correto do termo, “separado por Deus”, aquele que busca ser diferente dos demais que não percebem sua miséria. Espero não ser visto como aquele que somente quer confortar. Gostaria de confortar é certo, mas sei que o cristianismo confronta o modo de viver atual. Gostaria de apresentar a Verdade recepcionando com um abraço amigo conciliador e não com um dedo em riste acusador. O homem atual está alvoroçado, carente de afeto e sofrido. Uma forma acusatória afasta, em meu modo de ver devemos acalmar os corações e aplacar a dor. Como saber quem está por traz de uma aparência, sem conhecê-lo.

Provérbios 15:1

A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.

Provérbios 15:2

A língua dos sábios destila o conhecimento; porém a boca dos tolos derrama a estultícia.

Provérbios 15:3

Os olhos do Senhor estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons.


r.e.castro 18/09/2008

sábado, 13 de setembro de 2008


Falar faz parte do estudo.
Em certo momento ela abre a boca e boceja. A postura lateral de sentar, o braço corrido sobre o espaldar do banco sugere distância e talvez dúvida. Outros olhos, ouvindo parecem devorar palavras e querer saber. Momentos iniciais são de grande inquietação. O quê será, o que virá, serei capaz de envolver estas pessoas?Saberei dizer o que penso, como sintetizar um sentimento tão grande, como mostrar a sinceridade, como seguir um roteiro sem ser cansativo. O mundo anseia por respostas, o coração do homem amarga o desconhecido, quer encontrar alegria, quer ver confirmados seus pré-supostos. Se por acaso o ato de escrever e divulgar, é despir-se em público, a experiência de dirigir-se a uma platéia que espera identificar em suas palavras uma mensagem de Deus, é como se sangrar em sacrifício. A circulação sanguínea no cérebro parece ferver, cada face, cada olhar é percebido e identificado,eles gritam, sofrem assustados temendo a decepção, o constrangimento. São minutos eternos, namoro desconfiado, a parte receptiva sorri curiosa, alguns alheios não se comprometem, ela curva a sobrancelha como se vaticinasse a derrota.O casal sorri como quem espera o bem , o outro lê pensamentos já se agradando,o mais lá no fundo já está vendido,aquele outro olha para baixo como se dissesse , sei lá. Existe um desprendimento entre o falar e o observar a resposta, somos divididos em corpo e alma. O pensamento ocorre: eles não merecem um tagarelar simpático vazio, mas como dizer a verdade sem ferir, penso novamente, isso não, não vou dizer, as palavras saem em busca de um sentido, levar um conteúdo coerente, formar imagens, respondem os primeiros sorrisos aprovadores, mas ainda não estão conquistados. O sangue desce para o coração, é como se a emoção florescesse em sensação gostosa de estarmos no mesmo barco, remando juntos buscando o bem. Os pensamentos vêm, fluem em palavras, existe uma troca, vejo um descanso, estamos agora calmos, a ansiedade passou, parece que estão gostando, os olhos piscam o tempo voou, foi entregue e recebido. Parece que gostaram e agora? o quê eu falei, será que falei bobagem, este meu jeito às vezes parece debochado, será que exagerei?Acho que não. Agora tudo passou, foi a primeira vez , ninguém esquece...
r.e.castro 13/09/2008

quinta-feira, 11 de setembro de 2008



Pastores conservadores com igrejas minúsculas



Por: Augustus Nicodemus
Dez motivos pelos quais pastores conservadores costumam ter igrejas minúsculas Sei que há exceções, mas elas não são muitas. A regra é que, aqui no Brasil, pastores e pregadores mais conservadores e reformados pastoreiam igrejas pequenas, entre 80 a 150 membros. Esse fato é notório e não poucas vezes tem sido usado como crítica contra a doutrina reformada. Se ela é bíblica, boa e correta, porque os seus defensores não conseguem convencer as pessoas disso? Por que suas igrejas são pouco freqüentadas, não têm envolvimento missionário, não evangelizam, não crescem e têm poucos jovens?

Como eu disse, há exceções. Conheço igrejas reformadas que são dinâmicas, crescentes, grandes, evangelizadoras e missionárias. Conheço também outras menores, que crescem não pelo aumento do número de membros na sede, mas pela plantação de outras igrejas. Quando eu digo "igrejas minúsculas" refiro-me não somente ao tamanho, mas à visão, ao envolvimento na evangelização e missões e à diferença que fazem. Tenho em mente as igrejas que se arrastam na rotina de seus trabalhos, ensaios e cultos há dezenas de anos, sempre do mesmo tamanho diminuto, sem que gente nova chegue para fazer a diferença.

Consciente de que há igrejas reformadas grandes e crescentes, mas também consciente das muitas pequenas que não crescem faz muito tempo, em nenhum sentido, eu faria os seguintes comentários nesse post, que bem poderia ser intitulado de "Navalha na Carne":
Infelizmente, ao rejeitar a idéia de que em termos de crescimento de igrejas os números não dizem tudo, muitos de nós, reformados, nos esquecemos de que eles, todavia, dizem alguma coisa. Podemos aceitar que está tudo bem e tudo certo com uma igreja local que cresceu apenas 1% nos últimos anos, crescimento em muito inferior ao crescimento da população brasileira e do crescimento de outras igrejas evangélicas? Especialmente em se tratando de uma igreja em um país onde os evangélicos não são perseguidos pelo Estado e as oportunidades estão escancaradas diante de nós?
Igualmente infeliz é a postura de justificar o tamanho minúsculo com o argumento da soberania de Deus. É evidente que, como reformado, creio que é Deus quem dá o crescimento. Creio, também, que antes de colocar a culpa em Deus, nós, pastores reformados, deveríamos fazer algumas perguntas básicas: nossa igreja está bem localizada? O culto é acolhedor e convidativo? A igreja tem desenvolvido esforços consistentes e freqüentes para ganhar novos membros? A pregação tem como objetivo direto converter pecadores? A pregação é inteligível para algum descrente que por acaso esteja ali? Os membros da igreja estão possuídos de espírito evangelístico? Existe oração na igreja em favor da conversão de pecadores e crescimento do número de membros? Creio que muitos pastores reformados colocam cedo demais a responsabilidade do tamanho de suas igrejas em Deus, antes de fazer o dever de casa.
É triste perceber que, em muitos casos, a soberania de Deus é usada como desculpa para não se fazer absolutamente nada em termos de esforço consciente para ganhar pessoas para Cristo. Que motivos Deus teria para querer que as igrejas reformadas fossem pequenas e que os anos se passem sem que novos membros sejam adicionados pelo batismo? Que motivos secretos levariam o Deus que nos mandou pregar o Evangelho a todo o mundo impedir que as igrejas locais reformadas cresçam em um país livre, onde a pregação é feita em todo lugar e onde outras igrejas evangélicas estão crescendo vertiginosamente? Penso que o problema da naniquice não está em Deus, mas em nós. Ai de nós, porque além de não crescermos, ainda culpamos a Deus por isso!
É verdade que muitas igrejas evangélicas crescem usando estratégias e metodologias questionáveis. Especialmente aquelas da teologia da prosperidade, que atraem as pessoas com promessas de bênçãos materiais e curas que não podem cumprir. Todavia, criticar o tamanho dessas igrejas e apontar seus erros teológicos e metodológicos não nos justifica por termos igrejas minúsculas. O que nos impede de termos igrejas grandes usando os métodos certos?
O problema com muitos de nós, pastores conservadores e reformados, é que não estamos abertos para mudanças e adaptações, nos cultos, nas atitudes e posturas, por menores que sejam, que poderiam dar uma cara mais simpática à igreja. Ser simpático, acolhedor, convidativo, atraente, interessante não é pecado e nem vai contra as confissões reformadas e a tradição puritana. Igrejas sisudas com cultos enfadonhos nunca foram o ideal reformado de igreja. Pastores reformados deveriam estar pensando em como fazer sua igreja crescer, em vez de se resignarem e racionalizarem em suas mentes que ter uma igreja pequena é OK.
Os crentes fiéis que estão nas igrejas já por muitos e muitos anos também precisam de alimento e pastoreio. Que Deus me livre de desprezá-los. Sei que Deus pode chamar alguém para o ministério de consolar e confortar crentes antigos durante anos a fio, igreja pequena após igreja pequena. Mas vejo essa vocação como apenas uma pequena parte do ministério pastoral, quase uma exceção. O que me assusta é ver que essa exceção tem se tornado praticamente a regra no arraial conservador e reformado. Será que Deus predestinou as igrejas conservadoras e reformadas para serem doutrinariamente corretas mas minúsculas, e as outras para crescerem apesar da teologia e metodologia erradas? Será que ele não tem vocacionado os conservadores para serem ganhadores de almas, evangelistas, plantadores de igrejas e expansores do Reino? Será que a vocação padrão do pastor conservador é de ministrar a igrejas minúsculas ano após ano, sem nunca conhecer períodos de refrigério e grande crescimento no número de membros? Será que quando um pastor, que era um evangelista ardente, se torna reformado, sempre vai virar teólogo e professor?
O que mais me assusta é que tem pastores reformados que se orgulham de ter igrejas nanicas! "Muitos são chamados e poucos escolhidos", recitam com satisfação. Orgulham-se de serem do movimento do "esvaziamento bíblico", em vez do "avivamento bíblico"! Dizem: "os verdadeiros crentes são poucos. Prefiro uma igreja pequena de qualidade do que uma enorme cheia de gente interesseira e superficial". Bom, se eu tivesse que escolher entre as duas coisas talvez preferisse a pequena mesmo. Mas, por que tem que ser uma escolha? Não podemos ter igrejas reformadas cheias de gente que está ali pelos motivos certos? Eu sei que a qualidade sempre diminui a quantidade, mas será que tanto assim?
Nós, pastores reformados em geral, temos a tendência de considerar a sã doutrina o foco mais importante da vida da Igreja. Portanto, muitos de nós passam seu ministério inteiro doutrinando e redoutrinando seu povo nos pontos fundamentais da doutrina cristã reformada. Pouca atenção dão para outros pontos igualmente importantes: espiritualidade bíblica, vida de oração, evangelismo consciente e determinado e planejado. Acho que uma coisa não exclui a outra. Aliás, creio que a doutrinação bíblica sempre será evangelística, e que o evangelismo bíblico é sempre doutrinário. "Pregação", disse Spurgeon, "é teologia saindo de lábios quentes".
Alguns pastores reformados ficam tão presos pela doutrina da depravação total que não sabem mais como convidar pecadores a crerem em Jesus Cristo. Temos medo de parecer arminianos se ao final da mensagem convidarmos os pecadores a receberem a Cristo pela fé, ou mesmo se, durante a pregação, pressionarmos as pessoas a tomarem uma decisão. O fantasma de Finney, o presbiteriano criador do sistema de apelos, assombra e atormenta os pregadores reformados, que chegam ao final da mensagem e não sabem como aplicá-la aos pecadores presentes sem parecer que estão fazendo apelação. Ficam com receio de parecerem pentecostais se durante a pregação falarem de forma mais coloquial, falar de forma direta às pessoas, se emocionarem ou ficarem fervorosos, ou mesmo se gesticularem demais e andarem no púlpito. Acho que se os pregadores reformados parecessem mais humanos e naturais, mais à vontade nos púlpitos, despertariam maior interesse das pessoas.
Creio, por fim, que ao reagirem contra os excessos do pentecostalismo quanto ao Espírito Santo, muitos reformados ficaram com receio de orar demais, se emocionar demais, jejuar, fazer noites de vigília, pregar nas praças e ruas e de pedirem a Deus que conceda um grande avivamento espiritual em suas igrejas. Só tem uma coisa da qual os reformados têm mais medo do que parecer arminianos, que é parecer pentecostais. Aí, jogamos fora não somente a água suja da banheira, mas menino e tudo! Acho que se houvesse mais oração e clamor a Deus por um legítimo despertamento espiritual, veríamos a diferença.
Pedi a alguns amigos meus, reformados, que criticassem esse post, antes de publicá-lo. Um deles me escreveu:
"Gostei mesmo. Me irrita o espírito de 'seita sitiada' tão comum em nosso meio [reformado]; a idéia de que a vocação da igreja é defender uma fortaleza. Somos rápidos para criticar, mas tão tardos em propor alternativas"
Acho que ele resumiu muito bem o ponto.

Não tenho respostas prontas nem soluções elaboradas para o nanismo eclesiástico. Todavia, creio que passa por um genuíno quebrantamento espiritual entre os pastores, que nos humilhe diante de Deus, nos leve a sondar nossa vida e ministério, a renovar nossos compromissos pastorais, a buscar a plenitude do Espírito Santo e a buscar a Sua glória acima de tudo.
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Foi uma maravilha ler este texto, fico feliz em ver uma pessoa como o Rev Augustus Nicodemus se posicionar desta forma. Sua credibilidade torna o fato um incentivo à uma postura reformadora ao povo reformado. Autencidade , simpatia são junto com a alegria de proclamar o evangelho, a forma de Cristã. Jesus era perfeito e simples.
r.e.castro 11/09/2008

sábado, 6 de setembro de 2008

CATARSE.
substantivo feminino
1 na religião, medicina e filosofia da Antiguidade grega, libertação, expulsão ou purgação daquilo que é estranho à essência ou à natureza de um ser e que, por esta razão, o corrompe
1.1 Rubrica: religião.
no orfismo e no pitagorismo, período de purificação por que a alma desencarnada deve passar até que, apagadas as marcas dos crimes cometidos em sua última existência material, possa ter acesso a uma realidade superior ou reencarnar em um novo corpo
1.2 Rubrica: religião.
conjunto de cerimônias de purificação a que eram submetidos os candidatos à iniciação religiosa, esp. nos mistérios de Elêusis
1.3 Rubrica: filosofia.
no platonismo, libertação da alma em relação ao corpo por meio da renúncia aos prazeres, desejos e paixões, iniciada ainda em vida mas só completada com a morte
1.4 Rubrica: estética.
no aristotelismo, descarga de desordens emocionais ou afetos desmedidos a partir da experiência estética oferecida pelo teatro, música e poesia
1.4.1 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: estética, teatro.
purificação do espírito do espectador através da purgação de suas paixões, esp. dos sentimentos de terror ou de piedade vivenciados na contemplação do espetáculo trágico
Obs.: p.opos. a distanciamento
2 Rubrica: medicina.
evacuação dos intestinos
3 Rubrica: psicanálise.
operação de trazer à consciência estados afetivos e lembranças recalcadas no inconsciente, liberando o paciente de sintomas e neuroses associadas a este bloqueio
4 Rubrica: psicologia.
liberação de emoções ou tensões reprimidas, comparável a uma ab-reação
5 Rubrica: psicologia.
efeito liberador produzido pela encenação de certas ações esp. as que fazem apelo ao medo e à raiva, utilizado pelas terapias que se baseiam no método catártico

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Estou em paz, me sinto bem.

Dei uma parada. Foi uma catarse. Nunca tive a pretensão de ser um escritor. Confesso que gostaria de continuar a escrever e conseguir fazê-lo bem. Sonhei um dia, por ter um irmão precursor, que escreve bem desde criança, sempre achei legal. Acho que aconteceu comigo foi parte do processo de conversão, estive expondo minhas mazelas e me livrando de fantasmas e inibições. Não falei tudo, mesmo porquê, não sei de tudo e a gente vive aprendendo. Encontrei a Deus e sou muito feliz por isso. Comecei a escrever brincando e levei quase um ano me exercitando, foi bom. Agora não sei se vai continuar, mas gostei muito. Agradeço a Deus por ter tido vontade e desprendimento para dizer muita coisa que nem sabia que havia em mim. Aguardo a nova fase e estou pronto para servir a Deus. Não quero com isso dizer que aja algo especial, simplesmente escrevi. Estou convicto de minha orientação religiosa e crendo, simplesmente, crendo em Deus. Foi obra Dele, eu agradeço e peço desculpas por não poder tê-lo feito melhor. O Deus à quem me refiro é o Deus bíblico.Confeço a fé reformada, agradeço a Jesus.
r.e.castro 5/09/2008

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. "
"A pior democracia é preferível à melhor das ditaduras."
"Habituai-vos a obedecer para aprenderdes a mandar."
"Eu tenho saudade do que não vivi. Tenho saudade de lugares onde não fui e de pessoas que não conheci. Tenho saudade de uma época que não vivenciei, lembranças de um tempo que mesmo sem fazer parte do meu passado, marcou presença e deixou legado. Esse tempo, onde a palavra valia mais do que um contrato, onde a decência era reconhecida pelo olhar, onde as pessoas não tinham vergonha da honestidade, onde a justiça cega não se vendia nem esmolava, onde rir não era apenas um direito do rei..."
"Ah, esse tempo existiu, eu sei. Tempo de caráter, lealdade, escrúpulos. Tempo de verdade, amizade, respeito ao próximo. Amor ao próximo. Tenho saudade do tempo em que a justiça era respeitada porque era acreditada. Acima de tudo. Autoridade máxima do dever. Zeladora dos direitos. Sem vergonha de ser o que é, de apontar o que fosse, desde que fosse o justo, o correto, o verdadeiro."

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Paredes.

Somos tolhidos, afeto?
Somos levados, amor?
Somos cativos, afeto?
Somos marcados, amor?

Onde estancar sangue?
Onde secar lágrima?
Onde esconder beijo roubado?
Onde reclamar amor perdido?

Somos sinceros, prazer?
Somos autênticos, paixão?
Somos reais, solidão?
Somos passivos, esquecer?

Onde há amor, coragem?
Onde há paixão, incerteza?
Onde há prazer, desespero?
Onde há afeto, segurança?

r.e.castro 02/09/2008