sábado, 22 de dezembro de 2007


Bezerro de ouro.
O entendimento cristão, sua vivência conduz o eleito a uma situação de perplexidade às possibilidades do mundo da fé e suas contingências. O neófito passa a desfrutar de um estado de identificação com princípios e possibilidades anteriormente impossíveis.
Quando Moisés liderou o povo eleito por Deus para fora do Egito, iniciou a trajetória com uma aceleração oriunda de dez maldições transformadoras que catapultaram um avanço ao impossível fazendo mares se abrirem e até então absurdos se tornarem magníficas demonstrações de força do Deus, sobrepondo-se aos variados deuses cultivados nas mentes que desconheciam o Criador, que doravante mostrava-se disposto a apresentar-se e contar a história da humanidade.
Era o povo herdeiro do atributo máximo, mantenedor da Verdade e guardador da Fé, EU SOU O QUE SOU ouviu Moisés e falou ao povo EU SOU me enviou a vós outros. EU SOU já havia se manifestado aos homens, mas de agora em diante queria que isto fosse feito por escrito, que se mantivesse guardado e que se aplicasse e se cumprisse até o final dos tempos de forma que todos que Ele quis fossem atingidos à sua hora e onde Ele quisesse, através se sua Revelação Especial.
A falta de Deus manifesta no homem, causadora dos mais variados males só é amenizada quando o indivíduo eleito por Deus é tocado por sua revelação e imediatamente regenerado passando então a um processo de conversão que um dia culminará em sua glorificação e sendo isso sem mérito próprio, somente através de Jesus o único caminho de ida ao EU SOU.
A Bíblia é considerada pelos cristãos a Palavra de Deus, sua leitura e o ouvir através de pregadores é o bastante para o homem ser atingido e conseqüentemente transformado. A Bíblia e o pregador são ferramentas na mão de Deus para obter seu intento salvador, recuperando o eleito de forma justa, conforme o conteúdo da mensagem messiânica, âmago da Verdade cristã.
De fato é de forma maravilhosa que um novo convertido vê sua transformação e é natural que sua sensibilidade seja aguçada diante do impacto de força tão devastadora comparável a quando descrito no Êxodo, Moises apesar de suas confessas franquezas e inseguranças conseguiu o que achava impossível, libertou o povo eleito de Deus. Entendo que possa fazer uma relação entre as duas situações de conversão e realmente admitir que o agora cristão nunca mais será o mesmo, passou a crer e crer no impossível para a visão humana natural. Desta forma está sujeito a crer mais do que era capaz antes deste impacto.
Podemos concluir que o livro e o pregador são veículos da Verdade e sendo assim devem ser tratados com o respeito evidente de tão honrada missão. Porém não podemos fazer do livro objeto de adoração e muito menos o pregador por melhor que o mesmo seja. Sabemos via o mesmo livro que continuamos todos pecadores e sujeitos a tropeços e quedas. Devemos nos ater a mensagem e nos confortar naquele que pagou por nossos pecados e nos redimiu, qualquer outra forma é idolatria. Vamos acreditar no que nos traz a mensagem do tesouro que as traças e a ferrugem não corroem, vamos tomar os cuidados necessários para não acreditarmos nos que reluzem como um Bezerro de ouro.
Ruy Eduardo de Castro.
21/12/2007

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007




Chegando a luz, saindo das trevas.

A presença da luz da manhã pontilhava as brechas da cortina. O horário era de verão e o dia chegava mais cedo. O corpo descansava, mas já começava a despertar para o período de vigília.
As percepções do mundo misturavam-se com realidade só percebida pelo espírito. São os instantes em que o corpo e alma submetem-se à prisão como na visão platônica. Os emaranhados das inspirações oníricas misturam: a razão humana com as orientações espirituais de origem divina. A alma já antiga, marcada de lutas, carrega obliqua, a esperança de identificar a companhia da Estrela da Manhã. A sombra insistente e impiedosa transtorna o corpo decaído com insinuações das trevas. Como um filme projetado no ar, o quarto fica travestido de imagens, num carregado de intensas cores onde o vermelho prevalece, salpicado de falsas estrelas de um dourado kirsh. O ambiente aparenta demonstrar um altar que não se fixa à realidade e transfigura-se com a Luz. A potestade incoerente à sua antiga força, e cada vez mais opaca, tenta sorrateira entrada, mostrando sua face caricata, ao espírito lavado no sangue do cordeiro santo. Percebi a força da verdade de: a Luz afastar as trevas. O inimigo desta vez se apresentava como uma gorda e farta negra que transparecia incerteza e como que cumprindo ordens de um patrão estúpido, timidamente buscava seu antigo altar na casa do cristão, ex-espírita. Já esboçando um sorriso lateral de vitória, a potestade assusta-se com a presença do Santo Espírito, que desperto e atento, se reflete no corpo salvo. O espírito inexperiente do cristão de sopetão levanta-se e entra no espectro, passa a participar da cena ativamente, se adiantando ao Espírito Santo, quando fala com raiva amarrando o capeta e expulsando a entidade, num misto de corpo e alma, em agonia e surpresa. Partindo no encalço, o alvoroçado encurrala a fera, que faz feição triste e medrosa; estavam agora na cozinha que estava muito ampla e se preparava para a festa.
Aos poucos a aparência diabólica aproxima-se ao rosto medroso de sua serva e partem como um sumiço. O cristão volta sobressaltado ao quarto já totalmente iluminado e percebe a esposa dormindo em paz. Era o início do dia de aniversário do filho caçula, ainda do mundo, seria um dia de festa. O cristão percebeu a vitória e a proteção divina. Ao voltar ao corpo, completando o despertar escuta uma suave voz sussurrar: leia João 3.16. Foi um sonho?

10/11/2006

Ruy Eduardo de Castro.

Nas mãos do Pai!E dizem que crente não se diverte.

Contam que um dia depois de muito escutar um crente falou. A estória é gozada e até muito comum. Pensam que crente é trouxa, mas essa vida contesta, a eterna então nem se fala.
Aconteceu certa vez no ambiente de trabalho. Como de costume, Maneco Bobeira, tipo folgado, acostumado a tirar onda com todo mundo perdeu para um crente e ficou com a cara no chão. Acontecia sempre Maneco encarnava em Gelcy, homem sério, batista, família formada tipo contido muito simpático, porém retraído. Gelcy estava sempre pronto a ajudar num discutia, lutava por vida tranqüila, mas o marrento do Maneco não soltava seu pé. Era dia após dia e Gelcy aturando. Maneco era forte, muito vaidoso, sempre na moda, mesmo cafona vivia a arrogar. Usava unhas cuidadas, passava misturinha e tirava cutícula. Mesmo todo arrumado Maneco sofria porque era careca. Pisava fino jeito malandro, escondia iludido um chifre encruado, achava que ninguém de lá sabia, que havia casado e fora largado porque não dera o recado. Final de ano empresa grande festa bacana, amigo oculto aquelas coisas todas, Maneco resolveu deitar humilhação em Gelcy. Todo crente é otário, não aproveita a vida, vive com essa carinha de bonzinho, tirando onda, como é ...já deu o dízimo? deixa de ser mané, o teu pastor tá é deitando. Gelcy no controle tudo escutava nada falava, o povo com raiva a ponto de tomar atitude respeitava Gelcy, que era querido e amado. Lá pelas tantas depois de tanto escutar, Gelcy sentado como estava ficou e declarou...posso falar? e começou ...o que você chama curtir a vida o Mané..co? e não te entendo ...sou um a cara tranqüilo, Deus me abençoa, não te incomodo, mas você não larga meu pé, vou te falar eu acho, que eu curto a vida sim, se não bebo é porque não gosto, quando quero posso beber, faço esporte fiz três maratonas, travessia marítima a nado, fui para-quedista, campeão carioca de judô, Maneco escutando se encolheu, rindo sem graça, sentou melhor na cadeira, a careca vermelha começou a suar, e Gelcy continuou ...é o que?, é mulher que você quer saber?, sou casado tenho a minha, SÓ minha! que eu quero mais ? ai Gelcy passou a mão no cabelo farto e rindo,disse ...e por falar em mulher, como vai a ....... e se calou, bom cristão.
E dizem que crente não se diverte....

13/07/2007
Ruy Eduardo de Castro.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007


Vida, sonho e pesadelo.


-Como posso viver bem se não tenho dinheiro bastante, tantas coisas boas e não posso ter. Olha só aquele, tem tudo, vive feliz, cheio de dinheiro.
Pensava assim Cândido enquanto caminhava em busca de de emprego, estava quebrado sem condições de comprar nem sequer um lanche barato. Andava a pé a longa distancia e não conseguia tirar de sua cabeça uma revolta de não ter nascido em uma família rica, desfrutado de bons colégios e companhias agradáveis de pessoas ricas. Olhava sobre os muros e via a gente rica se divertindo e rodeada de coisas boas e cada vez aumentava sua revolta. Já estava bem cansado quando atingiu o topo da rua, onde estava a casa que procurava. Parado em frente sentiu-se pequeno e de certa forma humilhado tamanho luxo da residência. A campainha soou longe, mas eficiente, então um cão velho latiu econômico e rodando calou-se deitando novamente. Veio a velha resmungando, falando sozinha como quem rogava praga.
-E você quem é, que deseja?
-Sou o Candido o motorista, ou melhor, o faxineiro.
-Como é motorista ou faxineiro resmungou ela.
-É sou motorista, mas tô pegando qualquer coisa, sabe como é...
-Tá bom, já entendi vamos lá, tomara que o velho goste de você, eu já estou de saco cheio dele, sabe que o sacana hoje me deu uma bengalada que quase me acertou a cabeça, foi pra me acertar mesmo!
Foi tudo bem rápido, a mulher queria ir embora no mesmo dia e disse que não ficaria de jeito nenhum. Sendo assim o velho aceitou Cândido na mesma hora vendo-o de longe e disse a ela que ele deveria ficar imediatamente. Desta forma Candido aceitou o salário e as condições gerais. A mulher mostrou a casa de caseiro ao lado e a campainha que o velho chamava, suas cores e significados. A mulher continuou resmungando e se foi apressada com suas coisas. Candido sentou-se e aguardou, a mulher dissera que nunca entrasse na casa sem ser chamado. O silêncio era grande naquele lugar, escutavam-se pássaros e via-se micos em correria, assoviando nas árvores. O velho sr Samuel Oldman, era de grande estatura, bastante magro com ossos saltando na face enrugada que transparecia o sofrimento passado através dos olhos fundos e agressivos. O nariz abatatado cultivava cravos em meio aos pelos grossos que saltavam a frente como quem fareja, era macilento. Era um aspecto feio e causava medo em vez de pena. As mãos grandes eram grossas e com palma macia de quem fora tratado. O pijama de listras era de seda pura, mas perdera o brilho e já cheirava um ranço de velho descuidado catinguento, nas partes de baixo eram pingadas que coloriam nuances de mijo seco. Tomou um susto o Candido quando o viu, com as mãos nas aduelas com a bengala pendurada no antebraço. A face dura penetrante causou um frio na espinha, Candido sentiu vontade de correr para longe. Num gesto de queixo e pescoço chamou o novato ao trabalho. Candido quase se mijou também, mas seguiu arregalado e sentindo cólicas. Nesse instante preferiu continuar desempregado, e se pegou achando poder continuar vivendo com os biscates ocasionais. Candido era o que se podia chamar de gordinho, tinha um sorrisinho sem graça, que o acompanhava sem afirmar graça ou desgraça, era de uma simpatia que revoltava, tamanha expressão de prazer e nojo. O velho entrou na casa, cruzou a ante-sala, parou diante ao sofá e de uma queixada só, apontou a sujeira no chão e o abajur quebrado com suas peças de cristal espalhadas. Candido submisso correu mostrando empenho, porem na pressa tropeçou e enfiou a cara na mesa cortando o supercílio direito, que danou a sangrar, ficou atônito. O velho balançou a cabeça em negação e retirou-se. Candido retirou-se também, foi pro quarto e lavou o rosto, fez curativo e começou a chorar baixo, lembrou de sua revolta, sentiu pena de si mesmo. O velho estava lá em cima enfiado no sofá velho da sala de televisão, comia biscoito. O relógio antigo bateu dez horas, lá de fora Candido ouviu, não sabia o que fazer. Da janela via-se o céu, as nuvens ralas e a lua grande querendo entrar. Uma aragem fresca acusava a coberta rala, Candido se encolhia e esfregava as mãos, recostou-se, dormiu. Sonhou com a infância, solto no mato, correndo atrás de cavalo pegado no campo, montando a pêlo corria muito, de repente caia batia a cabeça, como doía, virou pesadelo... o velho corria atrás dele dando bengaladas, queria acordar não podia. Lá em cima o velho dormia sentado, altas horas... alheio à televisão que àquela hora passava a seção pornô, com intermináveis rodízios de stripteases, enquanto roncava de boca aberta, sonhava correr a maratona no meio da neve.
Vida comum falta de Deus...
Ruy Eduardo de Castro.
02/09/2007.
Só conheço esse nome.

São coisas do dia a dia, nem tudo são flores e vamos passando de baixo do sol nossas barreiras, tentando apartar a maldição e colher a bênção, se não conseguindo, tentando pelo menos acomodar a situação e aguardar que Deus aja sobre nós, pois há tempo para tudo nesse mundo de Deus.
É fato vermos variadas formas de ação para cada caso, situação e vemos que a boa intenção nem sempre é vitoriosa, mesmo que sincera. Dizem até que de bem intencionados o inferno está cheio.
Certa vez um amigo contou um caso de um pastor evangélico muito querido em Nilópolis, no Rio de Janeiro. Não se negava a instruir seus discípulos e pra dizer a verdade sua pregação causava uma verdadeira transformação nos alunos interessados em trabalho pastoral. Era homem grande, de voz forte de baixo profundo, entonação geralmente suave, mas certas vezes chegava a fazer o chão tremer de tanta eloqüência. Passava muita segurança fazendo até alguns acharem fácil a guerra com o catiço. Seus alunos não perdiam nenhuma aula e volta e meia se lançavam em vôos solo ao ministério, em insensata compulsão. Era um homem de pele negra, de raça tão pura que parecia recém chegado da origem. Mas mostrava que os anos vividos haviam valido e parecia deixar aflorar experiência remota da raça sofrida, um sábio atavismo. Nele, as coisas de Deus eram tão naturais, a conduta sincera, não adotava fingimentos nem demagogia. Volta e meia os de fora, que não conheciam, sentiam surpresa de como tratava das coisas do Pai, daquela forma só filho querido, amante leal e fiel servidor, se feito por outro, não sei o que seria. Apareceu por lá querendo estudar um tal de Gedeão, trazia carta de apresentação dizia ter chamado de Deus e queria desenvolver sua perícia em tirar demônio, mas não se sabe com que intenção. Nosso bispo o atendeu e como tudo estava correto resolveu aceitar o pupilo deixando pra Deus a resposta oportuna lá quando quisesse, mesmo porque não podia negar,afinal só Deus sabe quem é salvo ou não. Gedeão tinha bom conhecimento, mas parecia mais teoria que verdadeira conversão. Foi ficando no meio dos outros, foi o tempo passando e pelo método do pastor não havia data de terminar só dependia de Deus. Gê era bem desenvolto, bom de conversa não havia aquele que não conhecesse. Mas volta e meia perguntava quando poderia sair e colocar em prática sua sabedoria, pois considerava o tal de diabo favas contadas. Já sabia de tudo orava por todos dizia ser sempre usado por Deus pra curar, fazia mudo falar e até paralítico dizia que fizera andar lá no lugar donde vinha. As segundas eram dias de folga não havia seminário e todos deveriam descansar. O pastor parece que adivinhando, pregara no domingo sobre as astúcias do inimigo e o perigo de se lidar com o bicho. E assim foi... anoitecia o pastor descansava quando o telefone tocou, era o Gê que dizia estar tentando tirar um demônio que renitente não saía e já não saber como fazer. Pensou o pastor, coçou a cabeça e perguntou ...o que você fez? Como orou? Conta pra mim, Gê falou que estava desde cedo lutando e o bicho não queria sair, já tava lanhado, todo amassado, já tinha falado no Nome não sabia quantas vezes e o diabo não ia, já quase chorando, pedia pastor o que eu faço? Perguntou... tem outra palavra para falar que o sr não me disse? Perguntou o pastor ... em nome de quem você mandou sair? Foi no nome de Jesus respondeu Gê ... então disse o pastor... Meu amigo eu só conheço esse ... comigo sempre funciona !!! se não deu certo.. corre que que bicho é bravo....rsrsrsrs...

Ruy Eduardo de Castro
16/07/2007.

domingo, 9 de dezembro de 2007

O Eucalipto.

Eucalipto (do grego, eu + καλύπτω = "verdadeira cobertura")

Afirmei esta semana em uma aula de teologia sistemática, uma opinião, um pensamento que me ocorreu e que levou-me a pensa-lo melhor, de forma a entender sua coerência.
Afirmei que o verdadeiro lider a meu modo de pensar é aquele que faz parte de uma equipe e não se acha mais importante de modo algum, do que qualquer um dos demais que formam uma equipe.É uma peça de uma engrenagem.Todas necessárias e igualmente devem estar distribuídas onde melhor são adeqüadas.

“Um grupo torna-se equipe quando tem objetivos e metas comuns, quando é administrado e dirigido por uma ou mais pessoas, quando todos os membros são interdependentes e quando atingir os objetivos exige colaboração. Uma equipe usa as habilidades, as competências e os recursos de todos os seus membros, planeja suas atividades, é sistêmica em seu processo decisório e de resolução de problemas e empenha-se para chegar à produtividade máxima. Uma equipe torna-se uma organização coesa ao envolver seus membros no planejamento e na tomada de decisões. Todos os membros da equipe sentem-se responsáveis pelo sucesso da equipe. Enxergam-se como parte integrante da organização. Você nunca escuta, "Só eu trabalho aqui!", de uma equipe”. Autor/es Caliper, Estratégias Humanas do Brasil.

Fui buscar respostas para a súbita inquietação que me ocorreu, após ter feito tal afirmação. Como de costume nestas situações corri para estudar, a fim de esclarecer minhas dúvidas. Entre o que tive oportunidade de ler, encontrei um texto do qual recolhi esta parte acima.
Passei a achar que não estava longe da sensatez e que a experiência nos leva a não acreditar em alguns conceitos baseados no senso comum. Pensando nisto fui levado a uma reflexão que me interessou, dado a freqüência da existência de personalidades arbitrárias, descuidadas e possessivas, que são consideradas verdadeiros símbolos de liderança. É comum escutarmos afirmações, as quais considero fascista tais como: “alguns homens nascem para mandar e muitos para serem mandados”, conceito que considero parcial, entendo que baseado neste tipo de posição autocrata proliferam as aberrações. Vi relacionamento com o que ocorre em nossas igrejas. A densa massa de religiosos evangélicos que tem como algumas de suas boas características o trabalho voluntário e da crença bíblica de que toda autoridade terrena seja proveniente de Deus e também tendo na cooperação mútua de várias formas, um ponto basilar. Existe em nossos dias uma extremada preocupação no crescimento em número das igrejas e tendo essa preocupação, realmente ocupado o lugar de fatores que deveriam ser inesquecíveis. O apoio nas dificuldades dos membros, entrosamento, conhecimento das famílias, suas dificuldades, aspirações e os necessários socorros emocionais, materiais, espirituais corretamente aplicados e bem avaliados. Sou um apaixonado pela criação de Deus, amante da natureza, esta a revelação natural de Deus e vejo no equilíbrio natural, excelentes exemplos para nos apoiarmos em momentos de dúvida, e que regularmente confirmam a sabedoria bíblica, revelação especial de Deus.
Lembrei-me então do Eucalipto, planta arbórea nativa da Austrália que prolifera no Brasil, por sua precocidade e força econômica decorrente de suas características. Seria ótimo se o referido vegetal exótico não causasse tanto transtorno a biodiversidade e as sociedades agrícolas atingidas pela monocultura egoísta. Sem querer entrar no mérito, nem sequer julgar as vantagens e desvantagens da planta, entendo que possa concluir que nossa ampla comunidade evangélica em muitos casos vem sendo conduzida por uma classe de “líderes Eucalipto”, importadores de métodos que sugam a comunidade, oferecendo vantagens e milagres, corrompendo o solo fértil em vez plantar a Verdade. Causam então, como sita (J.I.Parker, Perfil dos Puritanos. pag-30)a criação entre outras, de uma categoria de crentes “Desviados descontentes, os feridos e os desistentes do moderno movimento evangélico, onde muitos voltam-se contra o mesmo a fim de denunciá-lo como uma perversão neurótica do cristianismo”. Prejudicam ao todo sem exceção.
O que vemos comumente é o enriquecimento ilícito de supostos representantes de Deus os quais são verdadeiros apóstolos da besta, cultivadores de egolatrias, em verdadeiros cultos às suas personalidades megalômanas, quando deveriam estar pregando a Verdade cristã.
O eucalipto cresce rápido, mas cai rápido. O eucalipto suga do solo toda a água, todo nutriente, nada convive com ele, o eucalipto emparelha com os da sua espécie, mas não lidera, quem lidera divide, quem lidera corretamente tem prazer em divulgar conhecimento, tem amor pelo desenvolvimento da equipe, não chefia, não policia. O conhecimento deve ser meio de fazer o bem e não um bem avarento em si mesmo. O verdadeiro líder faz sua parte e regozija com o bom trabalho do grupo, que unidos são equipe, a boa obra é então realizada quem conduz é O Líder! Jesus! Este sim, A Verdadeira Cobertura que não arbitra, exemplifica o caminho a seguir em sua conduta única, irrepreensível. Preparou uma equipe e morreu também por ela, a fim de que esta levasse a Verdade do Pai, que busca o perdido!

“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados,e eu os aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e achareis descanso para vossa alma”.

Ruy Eduardo de Castro.
em 9/12/2007

sábado, 8 de dezembro de 2007



A família, Família...FAMÍLIA!

O que é a família? Porque Deus fez a família?Porque Jesus disse, Eu vim para trazer a espada, jogar filho contra pai.....
Você tem filhos?Pai, mãe, família. O poeta disse: filhos porque tê-los, mas e se não tê-los, como sabê-los? Será seu filho, sua filha, como você mesmo?Será que você é ou foi gordo e quando sua filha ficar como você, será feia para você?Será que você consegue ter uma filha gorda e desfilar no shopping abraçado a ela?Será que você tem uma filha magra e acha legal desfilar no shopping?Você conhece anorexia?O que é pior?Conhece diabetes?Será melhor um filho tolo ou ser tolo para seu filho, mesmo não sendo? Você ou ele! Você é filho de um tolo ou pai de um tolo? O que você é?Você é inteligente ou foi teu pai que disse?Teu pai é tolo ou foi você que disse?O que é ser rico? Você é rico? Será bom ser rico?Será que você é pobre? Será bom ser pobre?
Já vi rico pobre e já vi pobre rico.
Já vi pobre feliz e já vi rico infeliz.
Já vi o contrario também.
Já vi pobre sem fé, já vi rico fervoroso!
Já vi rico orar por pobre, mas também vi pobre orar por rico!
Quem é rico, quem é pobre?
Será que você é só? Será que tens família?Tem família, mas será que és só?Quem é tua família? Mulher este é teu filho, discípulo amado, eis aí tua mãe. Tua mãe Te chama, minha mãe e meus irmãos estão aqui. Deixe que os mortos enterrem seus mortos, vende o que tens e me siga!Faça o que Ele mandar! Mulher ainda não é chegada minha hora!Deus criou o homem, melhor o vinho servido no final das bodas, festa de Deus?Era homem, era Deus!E José? Era pai? Foi pai!Sim foi!Amar ao próximo, como a ti mesmo?Você se ama? E amar ao próximo?Ele amou, Ele ama!
Eu quero amar, é difícil!
Ruy Eduardo de Castro.
08/12/2007.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

- eu e Flavio,meu irmão querido.

Quando a mente esvazia.

De face virada para a parede, pende o queixo forçando a vista olhar o chão. A cabeça como que estivesse oca teme sacolejar o cérebro que inexiste, mas insiste em angústia buscar a razão. Confundo um pouco lembro a infância. Já houve tempo melhor, corríamos pelos quintais subindo em árvores, buscando manga, soltando pipa, caçando passarinho, livres correndo tomando banho de rio. Ele gostava de poesia, crescia como herói pra mim, queria eu ser também poeta buscar apreender o sonho. A vida invoca situações, sugere alternativas, somos levados ao alto, o pensamento é ilimitado torna simples sonhos, em líricos momentos de fuga, como adivinhando a caminhada apresentando outras formas de viver. O porvir ignorado que impõe caminho, demonstra opinião de experientes parentes, que mais velhos vêem de forma simples, como se assim fosse. A família é grande, muitos tios e tias, vemos todos como exemplos. Vemos todos alegres, primos ricos, primos pobres. Existem momentos que vejo nele uma grande certeza, vai ser militar como papai, tem resposta para tudo. Desperta risinhos nas meninas quando passa, eu me sinto importante, quero um dia ser assim. Ele quer ser como papai, busca mostrar, se mostrar, mas não é reparado, eu sofro sei que era importante para ele, quer ser como papai, fico triste abraço mamãe que ainda me vê como o neném. Fomos à praia todos juntos o irmão mais velho tenta também agradar papai fazer piruetas , salta, pula, mas não leva jeito, aí vai o Fafá é um artista, ninguém ensinou dá um mortal, planta bananeira lá no alto apoiado nas mãos de papai, salta cai em pé. Virgílio, o mais velho faz bico, eu torço, o pai ri Flávio agradou papai, está feliz.
O tempo voa começo a pensar em mim quero ser meu herói, buscar minha vida despertar rizinhos, sonho com as meninas alguma coisa forte está acontecendo e eu já sei o que é. Ele agora é só, fala pouco entra e sai em casa rindo pouco, transtornado não quer assunto, procuro tratar de mim. O mais velho agrada o pai, mede palavras sempre agrada, Fafá agora é Flavio estuda Direito continua sem agradar o pai, parece que desistiu.
Flavio gosta de teatro, literatura, discordou do pai aprecia a esquerda ouviu falar em Marx, não entende os militares, mas não consegue trair o pai. Encontro com ele nas noites, finais de noites ambos já curando porre, beco da fome, temos prazer de ser irmãos, irmãos e amigos, mas só à noite. Ele continua herói, agora herói boêmio. Continua agradando as garotas, agora mulheres, mulheres do dia, mulheres da noite. Não combina com as da noite, mas precisava delas, acho já estava perdido sem esperança, parecia querer se afundar na noite, o olhar era triste parecia perdido. Meu coração apertava, não sabia o que fazer, percebi algo errado. Lá em casa era difícil, era certo ou errado eu mesmo tentava me livrar de tudo, buscava trabalhar me virar em grana. A sorte estava lançada todos adultos ou meio adultos, não dava mais pra esperar eu tinha que decidir. Ele foi sumindo dentro dele mesmo, olhava a parede, não pensava mais, não achava a razão, sumiu em si mesmo. O pai agora viu, chorou, lamentou, agora era tarde! talvez para ele, papai. Não para DEUS!......O PAI.....O tempo passou... e
o Fafá está voltando, meu irmão meu herói! Estou feliz!
Ruy Eduardo de Castro.
30/11/07.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007


Tempestade de Areia. (O sonho)


Formava-se enfurecido no horizonte um assustador redemoinho de vento, as areias passageiras relutavam insanas assoviando terror por onde passavam. O calor ressecante oprimia a alma em pânico pela invalidez do corpo, que prostrado aos poucos se entregava alheio a qualquer esperança. A calma do pequeno recanto e a generosa água do poço arcaico, carecia de sombra para aplacar a fúria da canícula impiedosa. O tempo passara e em agonia lamentava ao implacável arrenego de Alá às mulheres, vítimas eternas da impiedade do misógino deus dos desertos. Havia ela se mantido pura através dos tempos, apesar dos aflitos apelos de candidatos ao seu amor. Aguardava àquele que como um príncipe, iria arrebatar sua alma e colher em volúpia seu represado amor.
Naquele longo colecionar de instantes, tudo passava em sua cabeça, era um só emaranhado de dores de arrependimento que já não conseguiam plasmar seu herói prometido em sonhos. A origem fatal enredava sua vida nas contingências impiedosas do Al Corão, sua condição de fêmea fazia com que arrastasse sobre os ombros a pesada cruz. Naqueles momentos do agora insistiam em tocar a eternidade e já não mais se arrastava, jazia parado. Ela não conseguia disfarçar a raiva que alimentava contra os costumes de seu povo e lamentava sua burca negra não tapar também, definitivamente a sua visão, então chorava por seu herói cristão, pelo qual delirava em suas noites de solidão, quando buscava solução para seus abrazados lamentos. As condições climáticas do deserto eram imprevisíveis, mas dessa vez não parecia que mudariam e nossa solitária heroína agonizava seus fracos e derradeiros suspiros de impotência e a turva visão a convidava a entrega inevitável aos braços do cavaleiro negro da foice afiada, que já zunia no trevoso início de noite. Era o redemoinho da morte que em seu delírio já impunha um tremor intenso na frágil criatura. Por uma última vez tentou amealhar forças para vislumbrar a chegada de seu herói trazendo luz, àquelas trevas que insistiam em gargalhar sem boca entre o capuz macabro. Enfim perdeu a visão ao ouvir um retumbante relinchar de agonia no misturar de sons agora mais confusos. Aparentava aos seus fracos sentidos outro abafado galope nas areias, que a fez se atrever a abrir novamente os olhos que brilharam, mas antes porem disparou seu coração sangrando de amor e palpitando sem ritmo pela miragem devastadora do cavaleiro prateado El Rinald, que em seu cavalo de fogo cavalgava , o justiceiro de Abraão com sua longa lança e sua esvoaçante mecha de prata na cabeleira negra deslumbrante, que coadjuvante ao sorriso branco como luar, espantou a morte quando esta galopou desvairada com a cola enfiada entre as pernas, amedrontada.
Como em um poema mil e uma noites em um só instante a tristeza se fez luz gloriosa, arrebatou a amada agarrada a sua mão estendida, voando para sua garupa e como um cometa cruzaram os céus agora estrelados. No horizonte se voltaram e viu-se empinar o garanhão do amor.
E assim foram felizes para sempre......... unidos por DEUS, em muitas longas conversas, muitas missões e muito, muito amor.

Ruy Eduardo de Castro.
29/11/07.

terça-feira, 6 de novembro de 2007



Imundos.

Participei de um culto onde o pregador tratou do assunto da homossexualidade, coisa rara, e percebi que ele o fazia sem preconceito. Ele tratou do assunto de forma muito calma e viu os indivíduos com esta característica de forma amiga. Eu penso como esse pastor, não acredito de devamos tratar as pessoas que são assim, como inferiores ou como seres merecedores de desprezo. Este pastor falou que tinha alguns amigos homossexuais em sua convivência universitária e que entendia que diante de Deus eles teriam condições de organizar suas vidas de uma forma melhor, tendo como parâmetro as premissas bíblicas e a condição natural criada por Deus de convivência sexual homem e mulher.
Acredito que a grande maioria dos indivíduos com desvios de comportamento sexual deste tipo, intimamente não se agrada de sua condição e sendo combatidos constantemente, passam a reagir de forma agressiva contra seus detratores. Pelo conhecimento de casos deste tipo que tive oportunidade de lidar, constatei uma insatisfação pessoal à situação e um esforço de adaptação às suas características, por acharem ser impossível a mudança. Grande maioria alega ter reagido ao se deparar com sua diferença e seu tipo de comportamento diante de uma sociedade fechada e temerosa para lidar com este tipo de situação.
O pregador apresentou a tese de que esses indivíduos deveriam se apresentar a Deus e aguardar que o Espírito Santo fizesse a obra no devido tempo. Acredito e concordo plenamente com ele. Porem, percebo desde o início de minha caminhada cristã uma predisposição homofóbica, que se insinua constantemente de forma radical. O assunto ao ser levado a baila, causa imediatamente a reação já conhecida e característica no mundo secular. As pessoas se colocam em posição de superioridade e desprezo e passam a debochar de quem fala do assunto, como se o mesmo fosse integrante do grupo citado, tentando assim fugir ao assunto desagradável. Outra manifestação que reparo é o brilho nos olhos de alguns “irmãos” ao se referirem a estas pessoas, noto uma descarada alegria com a infelicidade alheia. Percebo que se sentem superiores e à vontade para liberar sua agressividade. Lembro da passagem bíblica da mulher adultera, quando os fariseus demonstravam conhecer a lei e exigiam de forma radical, um julgamento por parte de Jesus, que ratificasse seus conceitos. Depois disso, como acredito que todos conheçam o episódio citado, pergunto: Jesus julgou o elemento pecador ou o pecado personificado? A meu ver Ele perdoou e ensinou o comportamento adequado. Vá e não pequeis mais, desta forma.
Como homem, de convicção heterosexual inata, e tendo sido criado nesta nossa sociedade machista muito confortável a nós, poderia também me abstrair a esta realidade paralela, constante em toda história humana e naturalmente hipócrita, de acordo com minha condição humana caída, viver alheio a isto, mas me deparo com o fato de não ser mais um ímpio e o caráter cristão me incomoda sobremaneira, não permitindo omissão.
Porque seria incômodo convidar os homossexuais a participar dos cultos conosco abertamente, admitindo sua situação, não aprovando o pecado, mas orientando o comportamento correto? Será que a maioria dos cristãos tem medo de se contaminar ou será que temem não resistir à tentação homossexual? Será que não estão resolvidos a este respeito?
Quando aceitamos e acolhemos um ladrão, um estuprador, ou um assassino, acreditamos que o mesmo será regenerado, entrará em um processo de santificação e se tornará comensal do futuro banquete. Não ficamos pensando que eles irão assediar nossas esposas nem estuprar nossas filhas. Vejo muito pastor se arrogar de levar pro Senhor muitos traficantes, porquê, esses indivíduos sexualmente diferentes não tem também o direito?
Aprendi com Jesus que depois de sua vinda, sua encarnação, sua vivência humana, Ele curou leprosos, comeu com pecadores, amou prostitutas, eu não o vi enviando nenhum de nós para fora dos arraiais, decretando exílios ou segregações.
Sobre o assunto principal tratado, não vi na bíblia o Senhor Jesus classificá-los, vi sim tratar de desvios de comportamento, dos mais variados tipos. Ele veio para os pecadores como nós!Vi o Senhor Jesus tirar um morto de sua cova depois de avançada decomposição e revivê-lo. Será que se nos comportando desta forma não estamos impedindo ou tentando impedir que alguns eleitos sejam atingidos?Vi Paulo tratar de combater estes desvios ou perversões de forma forte, e concordo, mas não entendo cristianismo impiedoso. A bíblia ensina a este pecado leva a morte espiritual. Será que não é o bastante?Será que por ser encarado assim não deveríamos nos dedicar uma pouco mais a eles? Porque o Senhor Jesus comia com os que eram considerados imundos pelos fariseus?
Quem eram os imundos?
Quem são os imundos de hoje?

Ruy Eduardo de Castro. 6/11/2007.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

caminho estreiro



Lembram do homem da escada?

Da frente da igreja?

Aquele que varria a escada, com roupas simples.

Varria e louvava...prova de amor e humildade, benção de Deus.

Tenho certeza que como eu e você, ele também peca.

Um homem não muda a meu ver, um homem passa a crer em Deus e como fruto desse amor...irresistivelmente, passa a servir a Deus.

Na verdade simplesmente amadurece, mas não amadurece no pé, preso ao chão, como se fosse fruto de árvore comum, é fruto distinto dos outros frutos comuns, é ramo de uma árvore especial, plantada junto ao manancial de aguas. Houve um homem e uma mulher, esta, fruto desse mesmo homem que andou com Deus. Sendo que por agradar a Deus e sendo Deus completo e perfeito, apiedou-se deste ser criado. Este que por não ser Deus como seu Criador, carecia de complemento, por somente ser e não Ser. O Pai deu a este criado uma companheira útil, que quis ser útil? Como ser útil? O que será servir melhor? Quantos buscam servir a Deus sinceramente, com coração determinado e se precipitam a ver com os próprios olhos o que seria visão de Deus.

Um homem varria a escada, serviço simples.

Quem varre a escada de uma igreja?

Quem faz uma escada de uma igreja?

Quem faz de uma igreja, uma escada?

O homem varria a escada, não estava preso a nada, estava preso ao Tudo, por isso é livre! Útil aDeus!
Naquela hora não falou de Deus, aquele dia ele calou, aquele homem como eu e você,peca, mas não pecou! Calou por Deus?
Ruy Eduardo de Castro.
2/11/2007.
(ler o Serviçal,1ºtexto)

quarta-feira, 31 de outubro de 2007




Dona Tunica.

Dizem que lá pelos anos oitenta, no nordeste brasileiro existiu um seminário evangélico muito bem intencionado, que queria evangelizar aquele povo todo. Povo que vivia preso às romarias, procissões, promessas ao padrinho Pe Cícero, Frei Galvão e o diabo a quatro. Povo fervoroso capaz de tudo pela fé. Muito comum por lá naquelas paróquias longínquas a gente deparar com paredes e tetos cheios de pernas, cabeças e os mais variados tipos e formatos de ex-votos, que chega a arregalar os olhos de medo aos mais impressionáveis, dado a morbidez dos ambientes. Tudo se atribuía aos padrinhos, desde curas de homem rendido até corrimento das devotas. Não havia casa sem imagem, algumas tinham as paredes cheias de santos e santinhos que fechavam corpos e cercavam o diabo mais que banho de arruda de benzedeira. Era tanta crendice que até os padres já não entendiam mais. Os padres eram de certa forma até dispensáveis, só serviam mesmo pra comer nas casas dos devotos, sempre trajando aquelas batinas ensebadas. O mais comum era chamar padre pra benzer, benzia-se tudo e os padres gordos sentiam-se donos da situação.
Por outro lado a turma dos evangélicos estava normalmente em minoria e tinha que aturar imagem em casa de crente, copos d’água, sem falar nas balinhas pra Cosme e Damião. Pra todo lado era o olhar sempre metido dos padrecos e das carolas soberbas. Pastor João da fogueira Santa, pentecostal ferrenho, o mais antigo da região vivia resmungando : precisamos de uma nova reforma, pobre Lutero deve rolar na cova de raiva, Calvino então nem se fala !!! Foi então que o seminário resolveu fazer um curso preparatório de pregadores e evangelistas, tentando assim virar aquele jogo, pois já não agüentavam mais tanta heresia. Eram os tais neo-pentecostais, nome bonito o pessoal vivia de terno, engravatado, bíblia debaixo do braço, criavam cultura, o povo tava se agradando do tipo, aceitando e querendo ser igual. Marcada a primeira aula a igreja encheu, OH! Glória!! Todos diziam Deus tá no negócio, vamos converter todo o nordeste Oh! Glória!!! Formou-se a primeira turma , muito estudo era uma visão moderna , uma tal de panorâmica do antigo e novo testamento. Era pura unção, o tempo passou voando e rápido já estavam sendo consagrados evangelistas prontos para o bom combate. É aqui que começa a história de Zé Gonçalves e de agora em diante Evangelista José Gonçalves. Era mês de novembro o sol da caatinga chegava a arder no coro do Pastor Gonçalves como logo começou a ser chamado. Devido sua fluência já aparentava tarimba. Pegou o jeito muito rápido e perseguia as almas, era conversão atrás da outra, reunia cada vez mais gente, pregava em toda praça, esquina, na rodoviária então era show. Fazia nome e já pregara até em quermesse, certa vez curou um frei cachaceiro, que daquele dia em diante aceitou Jesus e passou a andar com ele. Chegava perto do natal e quando passava por Campina Grande e nessas coisas do destino, foi convidado a pregar na principal igreja pentecostal de lá. Zé estava acostumado a pregar pelas ruas, ao povo simples mesmo com seu pouco preparo e mesmo estudando mais ou menos a bíblia, ia se virando, mas e agora como seria imaginou... aquele povo ... sei não .. pensou mais e logo resolveu .... Deus capacita ...Aleluia!! deixa comigo. Chegou o dia, o sol brilhava, cedo foi chegando e a igreja já tava cheia, era esperado tudo lindo. Começou o louvor, mais louvor e chegou à hora. Foi chamado apresentado subiu ao púlpito e não conversou. Aleluia !!
Os irmão vamos abrir a bíblia no evangelho de João 19 -17a24
Nem orou começou a sua pregação sobre a morte de Jesus e povo foi logo se envolvendo diante de tanta unção , lágrimas rolavam era Gloria a Deus, Aleluia pra todo lado, o povo sapateava, adorava e gloria a Deus Aleluia e assim foi levando, quando viu já estava falando há mais meia hora e povo gostando, misturava com piada, futebol, até de carne de sol de cabrito deu receita lá do púlpito. Povo gostando e tome aleluia, lá pelas tantas o assunto acabava e ele resolveu fechar com chave de ouro!!! Bradou, meus irmão : esse rapaz sofreu muito esse tal de Jesus... ele comeu o pão que o diabo amassou ... o povo arregalado não piscava e ele cada vez se empolgava mais,... aí chorando....proferiu!! meus irmão, esse pobre Deus foi massacrado, imagine só vocês que ainda não tinha murrido, quando viu debaixo dos seus pé, os malditos disputando Tunica a mulher dele, no bozó *!... isso que é sofrê... Aleluia!!! Gloria Deus ...... Amem !!! saiu pelo meio do corredor a fora, gritando Gloria Deus !!!Aleluia !!!! e se foi.
Dizem por lá que foi arrebatado.
Outros dizem que mataram.

* jogo de dados.
Ruy Eduardo de Castro
13/07/2007

terça-feira, 30 de outubro de 2007


Está em suas mãos?
Você fez alianças?
O que é uma aliança?
Você fará alianças?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O primeiro amor.
Como é simples e amável a voz de Deus. Como o vento do Espírito sopra. Como somos dentro da casa de Deus amparados por pessoas de Deus, que estão trabalhando para Deus e mesmo assim esfriamos nossos corações e deixamos de servir conforme vontade do Pai. Estamos sendo desonestos? Não, estamos mentindo para Deus? Não, estamos sendo cristãos? Sim. Porque então esfriamos? Será que esfriamos ou nos contentamos, acomodamos? O amor de Deus vem com Paz, imediatamente sentimos isto. Certas vezes as situações não mudam, problemas aumentam, mas sentimos Paz! Somos então eleitos de Deus, convertidos pela Graça, através da Fé em Jesus. Somos isto e não é pouco é na verdade... tudo! Esfriamos e deixamos de servir, ou melhor, servimos a nós e não a Deus! “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor, quanto tua perseverança, e que não podes suportar os homens maus e que pusestes a prova os que a si mesmos se declararam apóstolos e não são e os achastes mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa de meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho porem contra ti que abandonaste ao primeiro amor”.
(Ap 2.2-4)
Senti vergonha, a voz de Deus é suave aos que ama, disciplina, mas não feri. Sentimos amor pela dor de ser disciplinado, no que achávamos estar sendo certo estar errado. Que bom que ouvi, já que estava sendo ensinado a não dar ouvido. Em um filho quando temos que bater, devemos bater com amor, se causar dor, só pode ser dor de amor. Quando disciplinamos um filho, sentimos amor e dor, não transparece raiva, se acontecer não é amor. Um homem fala em nome de Deus, todos podem ser usados para isto. Alguns são chamados para isto de forma intensa e se dedicam a falar, pregar, admoestar tudo, mas não podem deixar de amar. Como amar sem conviver, sem saber lidar sem ouvir as manifestações desagradáveis dos mais atrasados, dos ignorantes, como sentir alegria da vitória de um filho se não chorar com eles suas derrotas. Como não ver em nossos filhos semelhança de nossas fraquezas. Se tivesse que disciplinar um filho a ponto de torná-lo cínico, apático e de fraco caráter, vê-lo perder o brio, torná-lo frio, vê-lo perder a esperança de um dia ser igual ao mestre, seria melhor vê-lo ignorante a vê-lo estúpido por ter aprendido errado, por nossa culpa.
Como Deus é bom, nos dá o que queremos às vezes para nos mostrar a nossa cegueira, deixa de nos contemplar com algo e mais tarde vemos , enxergamos Sua luz. Meus irmãos a meu ver nós devemos orar por sabedoria, sabedoria de Deus, que ela venha com o máximo de conhecimento possível, mas somente o necessário para servir a Deus. Devemos orar para sabermos muito, mas nunca a ponto de deixarmos de precisar de Deus. Cuidado os que se acham prontos, os que se acham especiais, apesar de um homem se destacar entre muitos, de se achar capaz de enfrentar gigantes, lembrem-se de Davi, mas não se esqueçam de Saul. Quão grandes homens Deus levantou, e quão pequenos se tornaram. Salomão até onde foi, mas mão conseguiu ser visto por Deus tão belo como um Lírio. Meus irmãos falar das coisas de Deus é bom, falar em nome de Deus não há honra maior, porem não nos esqueçamos de ouvir a Deus! O Espírito sopra. Atenção sal da terra, luz do mundo, “Lembra-te, pois de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras, se não venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”. (Ap 2.5)
Deus nosso Pai, perdoa não ter visto, perdoa-me não ouvir, obrigado por nos mostrar como és capaz de amar!
Ruy Eduardo de Castro. 29/10/2007.




ELE VEM !!!!

Pensando em DEUS e buscando Esperança.

A banalização da fé cristã evangélica, em paises como Estados Unidos, Brasil e outros. A degeneração do cristianismo na Europa, o avanço muçulmano, as tentativas de tornar nosso DEUS ameaçador e causador de maldades, espalham o rebanho e acovardam os que ficam. A estratégia demoníaca se desenrola de forma devastadora e devemos, combater com afinco. O ser humano sofre combalido, o pisoteio do inimigo que por sua vez se esconde, em varias religiões e também em denominações evangélicas, num liberalismo radical. Devemos a meu ver, em nossas igrejas, mostrar, o Cristo Salvador, que manifesta, amor e esperança. A Fé reformada deve intensificar a proclamação da palavra de Deus, porém com muito amor e atenção as ovelhas que estão assustadas, com todo panorama inóspito, de final dos tempos. É hora de abrir os corações, abraçar o caído, curar o ferido, elevar os ânimos, achar os perdidos, pois o inimigo recrudesce infame. Não devemos esquecer que os ainda não alcançados carecem de esclarecimento. Devemos mais que nunca, cuidar do rebanho corpo a corpo, buscando acalmar. Não devemos esquecer, que o adversário sabe ser o perdedor e como tal, tentará cada vez mais, fazer o maior estrago possível. As trombetas vão soar, nós sabemos, devemos nos preparar...ELE VEM!!! Reparo o crescimento de templos, Jesus os dispensa, pois fez de cada um de nós, um receptáculo do Espírito e é onipresente.







Não devemos erigir o que será destruído, devemos levantar sim, os guerreiros de Deus, e pela oração interceder ao Pai, que comande o Exército a rodear em vigília, as muralhas do inimigo. Somos vencedores, vamos nos unir e em uníssono louvar a Deus com hinos de amor e participar e não só aguardar, a batalha final. ELE VEM!!! O crente se acomoda e transforma constantemente uma travessia, em quarenta anos de lamento e sofrimento. Está escrito ELE VEM!!! a arca está cheia, Ele nos criou e nos aguarda, devemos pedir, orar para que venha. Homens de Deus se perdem em ousar recriar a Palavra de Deus, querem ser mais claros que seu criador, o essencial já foi dito! Ele mandou proclamar o Reino em todos os cantos da terra. Não mandou que ficássemos a sombra curtindo nossas pseudo-erudições em vanglória ególatra. ELE VEM!!! Levará os símpleces como as pombas, as crianças espirituais, e não estrategistas pragmáticos, que tentam criar seus bezerros de ouro, catedrais da luxúria espiritual, tornando-se refém de diabos pançudos que devoram almas com profundo conhecimento teológico. Que riem quando se alimentam de falastrões de retórica mercadológica. Lambuzam-se ao engolir gestores espirituais, com suas metas de crescimento em avivamentos irreais, que despacham fileiras de almas na boca porca do capeta. O tempo é curto, urge que gritemos com toda força dos pulmões ELE VEM!!!.










Vem meu irmão larga o que tem, ao menos no dia do senhor , parta para as ruas proclame o Bendito Guerreiro da Paz, o Filho de Deus, incansável a mostrar o seu lado ferido a cegos de coração de pedra. Esqueçamos se somos Batistas, Presbiterianos, Assembleanos, Pentecostais e todas mais, use seu conhecimento para proclamar o Cristo, tomemos cuidado a Palavra afirma existir somente dois tipos de homens: SALVOS OU NÃO SALVOS !!!!!!!!!!!
CUIDADO ELE VEM !!!!!!!!!!!!!!!!!!! ELE Vai te pegar idolatrando a si próprio, viciado em maná, pois é a Sua providência que o sustenta, ou tens alguma dúvida? Será que te achas provedor de tua vida?

Perdoem o desabafo!
Paz a todos os irmãos em Cristo
.
Rio 19/09/06.

RUY EDUARDO DE CASTRO.














Os sons a sinfonia e a filarmônica.


Amados jovens irmãos, é uma alegria ouvir a melodia dos sons da juventude, época dos sorrisos, das risadas, dos gritos de alegria, contagiantes que transparecem a renovação da esperança e são provas das inegáveis e das constantes misericórdias do Senhor, nosso Pai, em nossas vidas.
Meus irmãos, nasci em uma família, onde desde cedo eu escutava os acordes de um piano. Minha mãe era professora de música clássica e eu já acordava ao som de escalas musicais, do treino dos alunos e também apaixonado, apreciava a imagem e o som que minha mãe, muito bonita, passeava seus dedos longos, como que dançando, sobre aquele teclado ondulado e colorido de emoções, que fazia transcender o tradicional preto e branco daquelas teclas. Entravam e saiam meninos e meninas uns silenciosos e outros nem tanto. Meu pai era oficial do exercito e sua presença era verde militar e não me lembro de sons.

O meu território aumentava, e comecei a compreender a família, que não era só pai mãe e música. Comecei a ouvir os outros sons da casa. E ai eu descobri que havia mais dois seres, que como eu, eram filhos, mas que por serem mais antigos na área, tinham mais intimidade e eu achava que para eles tudo era mais fácil. Lembro-me muito bem, de volta e meia, minha mãe me proteger deles, sob o apoio de meu sério e verde pai. Esse tempo foi, e veio um outro, de muitas viagens, muitas escolas. Minha adolescência chegou, mas eu soube disto depois, eu vivia solto morava no interior do Brasil várias cidades, estados, vivi esta época lendo Monteiro Lobato, sonhando e vivendo, eram tantas brincadeiras, o tempo voava, só depois, eu percebi, que alguma coisa havia mudado e as meninas até então, umas chatas se tornavam diferentes e passaram a me atrair.
Nesta época som de fundo, começou a mudar. Eu menino que vestia calções e colares de suor e sujeira, passei a perceber as “mulheres”. A própria mãe que vivia brigando para eu entrar no banho, brigava então, para eu sair do chuveiro e ria do meu capricho no penteado, ao balançar a cabeça em negativa, a tanto esmero com a aparência. Ao fundo, tocava Beatles e Rolling Stones. Meu pai nesta época, não era mais verde, usava ternos e sua presença normalmente causava medo, pois a qualquer momento teríamos que apresentar as cadernetas escolares ou responder as queixas feitas por minha mãe, que já não agüentava os três demônios em casa. Havia uma mistura de liberdade e castigo, não havia conversa de orientação, existia muita liberdade, o agir corretamente era uma obrigação a seguir, e se não soubesse o que era certo, tinha que adivinhar. Em minha casa ouviu-se falar em Deus, fizemos todos a primeira comunhão, cheguei a me empolgar, querer saber mais, mas não houve incentivo. Eu achava algo estranho, não sabia o que era. Meu irmão Flavio, um dia me disse que minha mãe era espírita, me assustei, achei que ela era uma assombração. Meu pai ao ouvir falar de religião torcia o nariz com deboche, não podia ver padre, religioso ou coisa parecida que já criticava, dizia: esses são os piores. Assim completei dezoito anos.
Deu para perceber que não nasci num lar cristão. Senti cedo que, a meu pai agradava meu jeitão paquerador, meu interesse por lutas, e com ele aprendi, a não levar desaforo para casa. Minha mãe vivia em um segundo plano, meu pai com naturalidade, a humilhava na frente dos filhos ou de quem fosse. Transmitia a imagem do homem machão, incapaz de afeto aos filhos, um beijo um abraço não combinava com ele.
Meus irmãos a esta altura eram estranhos, cada um por si, como eu me desenvolvi nos esportes, em artes marciais, já não me batiam mais. Eu comecei a me impor no mundo como, brigão e paquerador. Só me afirmava em um lugar novo quando mostrava ser bom de briga e era metido a conquistar as mais difíceis garotas, eu me tornara um fanfarrão.
Esta época eu tinha uma namorada firme, cheguei a ficar noivo, vivia uma vida dupla, eu queria todas. Bebia muito, mas a princípio não gostava de drogas, porem depois de bêbado, dependendo da companhia. Esse costume inicialmente nos finais de semana, depois se tornou cada vez mais corriqueiro. Sempre com os amigos em turma, nos reuníamos para beber, contar os casos e as vantagens.
A vida foi passando terminei a faculdade de engenharia. Fui efetivado na empresa estava bem empregado, o namoro terminou passei a viver cada vez mais intensamente. Pedi demissão do emprego vendi o que tinha e fui para Londres em busca de emoção e fui fundo cheguei ao extremo da liberdade, fazia o que queria não havia limite. Sobrevivia com trabalhos desprezados pelos ingleses, lavava pratos panelas, essas coisas. Juntava um pouco de dinheiro e era ó farra, pequenas viagens pela Inglaterra. A vida era uma festa, namorava aquelas garotas de toda parte do mundo. Mas havia muitos momentos de tristeza e uma solidão desconcertante.
Estava em Londres no natal de 1978 fui convidado para uma comemoração. Quando cheguei, vi a orgia de sexo e drogas e rockin roll, que seria, percebi que era natal e perguntei, nem sei porque, a mim mesmo, por Deus. Lembro-me da angustia e solidão que senti, um vazio nunca antes experimentado. Deixei a festa voltei para casa sozinho para estranheza geral. Senti-me no fundo do poço, percebi que estava na fronteira da marginalidade. Lembrei de meus pais, irmãos, senti falta da família. Apesar da ausência de religiosidade cristã, meu pai era um homem honesto, cumpridor de seus deveres, uma pessoa séria e um homem de bem. Ele não havia aprendido a buscar a Deus, havia se decepcionado na infância, em colégios de padre. Minha mãe buscava no lugar errado, mas tinha fé, aprendera aquele caminho em sua casa, era uma fé equivocada, mas autêntica. Quando comecei a andar pelas ruas, voltando para casa naquela noite, via pelas frestas das janelas as famílias comemorarem o natal. Londres aquele ano nevou muito, parecia um filme. A solidão, o completo despropósito de uma vida anárquica, tinha me levado ao desespero, as drogas em Londres eram normais, a juventude vinha de todas as nações, era um choque cultural enorme. O que no início me encantava, se tornou um pesadelo. Naquele natal sozinho, sem saber orar, ansiei por Deus existir. Lembro-me como se fosse hoje, como eu estava vazio e como pensar na existência de Deus, por si só, como me confortou. Ele esteve comigo.
Passou o fim de ano, as coisas voltaram ao normal e eu fui ficando, volta e meia o vazio voltava. Aquele natal aos vinte e seis anos de idade; vi o mundo com outros olhos. A partir daí comecei a me imaginar no futuro, o que seria. Alguns meses depois resolvi voltar ao Brasil. Nesta época o som era Chico Buarque, eu tinha estado na fronteira do inferno, tocava meu guri, olha aí.
Deus havia me resgatado e eu ainda não sabia, Ele gostava de mim, e abrira uma pequena brecha na cortina do palco do espetáculo eterno de sua Glória.
Meu amigo Pr João Vieira me convidou para vir aqui passar a vocês um pouco de minha experiência. Escolhi falar sobre esta parte, pois acho que o jovem é sempre o mesmo, em qualquer época, quaisquer que sejam os povos e os costumes. O jovem é a esperança de uma nação, os jovens por sua força, sua vontade de vencer, por sempre estarem prontos para as novidades e até por sua ingenuidade, são muitas vezes enganados. Vocês já reparam que os jovens é que vão as guerras, são os jovens soldados que morrem; que muitos jovens casam muito cedo, sem medir as conseqüências. São manipulados pela mídia que lhes impõe modas e costumes com muita facilidade, por eles estarem ainda com sua identidade em formação. O jovem é forçado a entrar no mercado consumidor, sem sequer serem ainda produtivos. Antigamente existia a figura do aprendiz, as profissões eram passadas de pais para filhos nas famílias, o nome das famílias correspondiam a suas profissões.
Hoje todos nós mais jovens ou menos jovens, somos vítimas de um turbilhão de informação que não chegamos a entender uma novidade, ela já está ultrapassada.
Mais porque estou falando tudo isto? Onde quero chegar?

Fui jovem numa época com algumas vantagens e algumas desvantagens, vim de uma família classe média como muitos, mas tem uma diferença. Vocês sabem qual é? Vocês estão melhor que eu, vocês já foram eleitos por Jesus. Vocês já estão na caminhada, já estão ouvindo falar da porta estreita, já foram apresentados a Jesus da maneira certa. Vocês estão sendo discipulados, estão aprendendo a consultar a Deus e através do Espírito Santo estão sendo instruídos na verdade. Vocês estão desde cedo investindo no tesouro, que nem as traças, e nem a ferrugem corrói.
Usem esta oportunidade, não saltem deste barco, que tem um leme fixo chamado Jesus, que os levará ao trono do pai. Quando a gente fica menos jovem observa o que passou, vê os que caíram, morreram ficaram loucos, incapazes, por terem insistido a se manter fora do caminho de Deus, vítimas de satanás. É impressionante como erraram, caíram, morreram por tolice. Persistam neste caminho, nele quando se e é chamado a segurar o arado, não se olha para traz. Fixem-se em um som o som da sinfonia de Deus, ela pode no início parecer imperceptível, aos poucos o Maestro vai te tornar um exímio instrumentista, e você estará garantindo seu lugar na Filarmônica Eterna onde todos nós solaremos o Amor, com o Deus triuno em novos céus e nova terra.
Que Deus os abençoe para que permaneçam no caminho sem desvios, mas cada vez mais fortes, na beleza da juventude de Cristã.

Ruy Eduardo Moraes de Castro. (R.E.CASTRO)
07/10/06













Muito Feliz.


Ando muito feliz, sei o que é. Agora tenho medo, ou melhor, não é bem o medo, um certo temor. Estou tendo a sensação de que se pode ser feliz apesar das complicações da vida. Eu e ela estamos em uma fase muito boa, acho que sempre estivemos, não sabíamos aproveitar. A vida a dois se confunde às vezes, críamos em coisas, e achamos que dependemos delas para sermos felizes. Quando nos conhecemos queríamos apenas ficar juntos, era o bastante. O animal homem é criador de coisas e casos, confunde o amor. Não precisa de muita coisa para ser feliz. Somos uma parte de um teatro onde participamos em nossos papéis. Quais são nossos papeis? Vivemos escolhendo os caminhos...Esse palco chega a nós fora de foco, por constantemente querermos atuar na paz que vive nele. Não sabemos atuar, então, interferimos na paz. A paz, só percebemos quando somos tirados do palco. Somos atores que devemos aprender a atuar e se aprende vendo e ouvindo. Ouvi falar do vale... O grande teatro não fecha enquanto o Dono não quiser. Eu tinha medo da morte, não era da morte, era da perda da vida, aí descobri que no fim do vale, o da morte, tem uma bifurcação ...há que tem ,tem, e lá continuamos a viver. O cara falou que era espírita e que a gente volta, eu a princípio acreditei, chííí!! Que coisa ruim vir novamente, começar tudo em outro corpo. O cara falou que conversava com os mortos..que loucura se existe isto, o mal existe, se existe o mal, existe um Deus pra controlar o mal, senão de tanto mal o quê existiria, acabaria logo tudo, o que seria muito mal. Então se existe um Deus, ele permite o mal, se permite o mal, existe o bem, então existe o bem e o mal. No final do vale tem uma bifurcação, o bem e o mal. O cara que fala com os mortos também vai atravessar o vale e no final vai encontrar, o outro cara que disse a ele que agente volta e ele vai querer voltar, pra cá não, eu sei que ele não volta, mas fica vagando, perturbando dizendo aos outros que a gente volta. No final do vale tem uma bifurcação, lá vou ver um caminho fininho e vou entrar..ah!! que vou... vou...eu escutei o cara certo !! vou ver meu irmão... vou ver o Leão!!!! Não vou ter medo não...Eu e ela somos felizes, teve tempo que não éramos...foi o mal....Ele deixou haver o mal..sofremos..só vimos o bem depois do mal, ali também bifurcou, escolhi o bom caminho, ela também achou, vimos o teatro, aceitamos o caminho..no final do caminho tem um vale ,no final do vale tem um caminho, fininho ou vê ou.... não tem volta!!! o mal as vezes é bom, o que é bom mesmo nunca é mau, permite o mal, mas não é mau.......tudo será bom ...não é teatro!

Ruy Eduardo de Castro.
25/08/2007

Nas férias do diabo.

Já se passaram séculos de discórdia e disputas e parece que fim não vai chegar. A pendenga do diabo, sua revolta contra o Todo Poderoso, o orgulho continua afetando o animal cego que não quer ver. Como ele o “coisa ruim” existem muitos e porque não dizer, a maioria dos humanos padece desse mal.
Já era caso conhecido de toda a vizinhança e também já vazara pelas veredas do subúrbio os muitos casos e “causos” de Celso de Ogun, pai de santo da antiga e de reconhecidos feitos. Era ele certamente respeitado e muito temido se querem saber. Nada de importante acontecia sem que Pai Celso não fosse consultado. Era o bicho nos búzios, dizia-se que acertava até loteria e também curava de unha encravada até sei lá o quê. Seu terreiro era freqüentado até pelo povo rico que vinha de longe. Tinham dias que a fila de carros de luxo virava a esquina.
Celsinho pros íntimos, nos dias de folga, adorava um saroel furtacor, roupinhas folgadas, coisas bem despojadas e descontraídas. Não sai de casa sem o séqüito de cambonas, puxa sacos e seus amasiados da vez. Sua casa era ponto certo de artistas em suas famosas feijoadas, políticos eram seus afilhados e faziam romaria em época de campanha.
Num vacilo seu ou de seus santos, a casa ao lado à sua, separada somente por uma bucólica cerca-viva, foi alugada por um tal de Cleber, moreno boa pinta, sua cara de índio impressionou o macumbeiro de tal forma, a ponto de Celsinho acender uma carreira de velas na sexta-feira seguinte abrindo todos os caminhos do futuro vizinho. Ficou tão apaixonado que chegou a pedir umas férias pro cramunhão para poder se dedicar ao que seria certamente seu novo e amor!! Agora vivia fazendo planos e já se cercara de todo o tipo de mandinga, ria com histeria dizendo: na minha gira ninguém pia essa peça já é aqui da titia!!! O forasteiro só aparecia de terno, um luxo, assim dizia Celsinho cego de alegria. Todo dia pela manhã, namorava a casa ao lado e sonhava com a chegada da mudança e seu elegante príncipe.
Ninguém sabia nada sobre o estranho, o que fazia e nem ao menos de onde era ou vinha.
Em uma noite de sexta-feira o coro da curimba roncava em polvorosa, com os atabaques, berimbaus e surdos em algazarra preconizavam o Demo. Os pontos eram cantados tão alto que lá da praça, a distância se podia escutar. Aquela noite era do Seu Sete Encruzilhadas, a entidade mais forte e violenta que baixava no terreiro. Lá pelas tantas da noite o trabalho seguia forte, Celso já tinha mamado umas quatro garrafas de cana, quando resolveu acender uma pemba das grandes lá fora. Saiu roncando, cantando e rodando feliz da vida com seu exu incorporado...dizia hoje vou adivinhar tudo, gritava: quem quer saber o quê caboclo? Vai, pede que eu vou dizer! De repente, sem esperar ou entender se tornou subitamente quase lúcido se contorcendo olhou pra traz e agora babava e roncava fino vendo um vulto, não escutava mais o som da curimba, deparando surpreso com o povo todo vendo! se viu recebendo sua sentença de morte ...Tá amarrado demônio em nome de Jesus, manda fogo do céu Senhor !!! que Jesus te repreenda demônio, aniquila este mal Senhor !!! Celso rodou e caiu, a vista turva via a luz incômoda que o enfraquecia...torceu os olhos e viu um vulto de terno e agora sacudindo uma Bíblia apontava e dizia sai demônio mentiroso!!!! Pregando determinado estava o novo vizinho .....que enfim chegara. Celso mais uma vez virou os olhos, babou desprotegido e em voz fraca... roncou com raiva ...Ô crente felá da ..... me pegou!! nas férias do diabo!!!!
e assim sumiu ele e a pemba !!! não levou nem o saroel.

21/04/2007.
Ruy Eduardo de Castro.


O PORCO.
Senhor, rogamos que nos permita entrar naquela manada de porcos. Era uma legião de demônios, suplicando entrar em uma manada de porcos, a eles não é permitido ter autonomia sequer para possuir porcos. Percebemos a soberania de Deus claramente. Ora, como estaria então aquele homem possuído por uma força do mau, tão volumosa, tantos diabos? Vemos que sem dúvida alguma, o adversário de nossas almas precisa de licença para entrar. Como haveria de ter entrado? Façamos uma análise de nossas vidas, vejamos se não é normal ao homem comum, alheio a realidade da existência de Deus, buscar em seu mundo falso, realizações concretas que lhe façam sentir senhor de si mesmo, criador e objeto de sua própria utopia. É fato sermos diariamente massacrados por ofertas mirabolantes e promessas aparentemente accessíveis, a realizarmos de forma fácil, tudo que nos vem à mente e nos agrada aos sentidos. Desde criança, não podemos negar, escutamos provérbios populares que nos levam a atentar para nossas asneiras, tais como: oferta boa demais o pobre desconfia, “todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia sua loucura”.(Pv 13:16)
Não é verdade que a mente humana desbaratada, decaída, almeja com descabida vaidade, conhecimento fútil, riquezas, fama, notoriedade para afagar seu ego fraco, cada vez mais carente de constantes carícias e renovadas situações contentamento temporal. O infeliz sonha o transitório, anseia o inusitado e deixa-se abater decepcionando-se por não atingir sucesso em tolices. O porco se for banhado, afasta a repulsa, aparenta fartura, mostra opulência fica com certeza até mesmo bonito, mas se for solto rapidamente na lama rola! Assim o homem, mergulha em perfumes, faz maratonas de pela beleza, veste-se muitas vezes com pompa além se seu alcance, tentando afastar-se do que externamente seria feio, insensível ao lamaçal que cultiva e amassa em seu interior. Externamente aparenta como um deus, ousa decidir tudo em sua vida e arriscar conselhos e procedimentos aos outros, sente-se deus; cria, administra, julgando seus desejos sempre justos, insensato achando-se deus, se permite acompanhar demônio, achando-se imune, vendo o porco banhado. Suas metas são ampliadas, pequenos triunfos enaltecem e acumulam vitórias passageiras do tempo, espraiam no espaço absurdo de suas loucuras. Encastelados nas mentes, acreditam tudo poder, são fieis de pensamento positivo, já se consideram infalíveis, sendo assim cada vez buscam mais, sua convicção é poderosa, são tantos atributos que se sentem acompanhados de uma legião de “virtudes”. Já não cabe em si mesmo, é um vitorioso! Tudo pode, alega a si próprio, arroga sua grandeza, já não cabe em si mesmo, mas algo incomoda precisa movimento necessita criar oportunidades, sente-se preso em grilhões, quer viver, mas se acha refinado, quer o melhor, anseia cada vez mais, mais intenso, agora rola narciso dentro de si mesmo, quer ser mais forte, porém sente vazia a vida, nada o contenta....rola,chafurdado na própria lama! É o porco, voltou para a lama, de onde nunca saiu! Esqueceu ou não sabia, que veio do barro e barro na mão de Deus é vida, nos pés do porco é lama, quando misturado com o que tolo, gostava em excesso como fama, poder, riqueza e outros “pequenos males”. Não sabemos o que o gerazeno fez para acumular tantos demônios, mas contudo vemos que mesmo o mais endemoniado,pode perceber a presença de Deus. Vemos que Deus através de Jesus liberta, sejam quantos forem os demônios nada serão diante de Deus. Podemos levar conosco a certeza de que mesmo que um homem possa se considerar o maior dos pecadores, sejam qual forem seus delitos e pecados diante Dele, o diabo, o porco, foge com seu pé duro, de tanto fugir de Deus. Devemos estar atentos às belezas aparentes, as facilidades mundanas, aos caminhos amplos e principalmente com nosso orgulho próprio, essa nossa arraigada vontade de achar que tudo sabemos, que podemos ser deuses e quando ouvirmos: é certo que não morrereisss!!!!!como disse o porco em sua versão cobra, tratemos de dar as costas e seguir no caminho estreito e único que nos leva ao Pai. Marchemos como um exército, vistamos a armadura de Deus, fiquemos firmes contra as ciladas do diabo; nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra os principados e potestades, dominadores deste mundo tenebroso, contra forças espirituais da maldade. Vistamo-nos com a couraça da justiça, calcemos os pés com o evangelho da paz, abracemos o escudo da fé e assim apagaremos os dardos inflamados do maligno. Sempre também com o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Quando em guerra um dardo lhe atingir, não murmure, agradeça a Deus, segue firme! Já espelhas de longe a imagem de Deus o inimigo está te confundindo com Jesus, o amor de Deus, restaura os eleitos e se o cão se aproximar verá em volta de ti a proteção do Senhor e certamente buscará alguns porcos e neles novamente investirá para o abismo.
r.e.castro.
13/06/07

domingo, 28 de outubro de 2007


O Serviçal.

O sol avisava, era manhã com jeito para uma praia. O povo passava alvoroçado era sábado. Seria um grande final de semana, prometia. Nestes dias a criançada pula, corre, berra, é dia de sol.
Alguns alheios a isto partem pro batente é dia de ralação, como outro qualquer.
O negro forte, roupas simples, roupas de trabalho varre a frente da igreja, é mais um dia do Senhor. Pros de Deus não tem dias diferentes, todos os dias são para servir a Deus. Quando se varre, se varre pra Deus, a casa de Deus. Entoava baixinho um louvor, na paz conversava com o Pai. Ô Pai como é bom te servir, tua casa já tá limpa, como tu gostas. O pneu canta na esquina o Chevete cheio quase arrasta no chão, voltavam da farra, então param e todos rindo...vendo homem varrer ... um falou:
-Ô irmão, qual é? Porque tá varrendo? Tu é da cor, é malandro tá dando mole? Sai fora, escravidão já acabou! Vai dá mole pra pastor...é tudo pilantra, tá levando tua grana, ô tio qual é ? Aí vamo tomá uma gelada.. aí... vamo ca gente tio, lá no bar da esquina.
-Vou não meu filho tô bem aqui... obrigado vai com Deus...cuidado!....eles foram e o pastor Carlos continuou a varrer a varrer e a louvar.....
Glória a Deus! Aquele negro era livre mesmo....!
Serviçal de Deus!
Ruy Eduardo de Castro.
Sábado 18/08/2007