quarta-feira, 31 de outubro de 2007




Dona Tunica.

Dizem que lá pelos anos oitenta, no nordeste brasileiro existiu um seminário evangélico muito bem intencionado, que queria evangelizar aquele povo todo. Povo que vivia preso às romarias, procissões, promessas ao padrinho Pe Cícero, Frei Galvão e o diabo a quatro. Povo fervoroso capaz de tudo pela fé. Muito comum por lá naquelas paróquias longínquas a gente deparar com paredes e tetos cheios de pernas, cabeças e os mais variados tipos e formatos de ex-votos, que chega a arregalar os olhos de medo aos mais impressionáveis, dado a morbidez dos ambientes. Tudo se atribuía aos padrinhos, desde curas de homem rendido até corrimento das devotas. Não havia casa sem imagem, algumas tinham as paredes cheias de santos e santinhos que fechavam corpos e cercavam o diabo mais que banho de arruda de benzedeira. Era tanta crendice que até os padres já não entendiam mais. Os padres eram de certa forma até dispensáveis, só serviam mesmo pra comer nas casas dos devotos, sempre trajando aquelas batinas ensebadas. O mais comum era chamar padre pra benzer, benzia-se tudo e os padres gordos sentiam-se donos da situação.
Por outro lado a turma dos evangélicos estava normalmente em minoria e tinha que aturar imagem em casa de crente, copos d’água, sem falar nas balinhas pra Cosme e Damião. Pra todo lado era o olhar sempre metido dos padrecos e das carolas soberbas. Pastor João da fogueira Santa, pentecostal ferrenho, o mais antigo da região vivia resmungando : precisamos de uma nova reforma, pobre Lutero deve rolar na cova de raiva, Calvino então nem se fala !!! Foi então que o seminário resolveu fazer um curso preparatório de pregadores e evangelistas, tentando assim virar aquele jogo, pois já não agüentavam mais tanta heresia. Eram os tais neo-pentecostais, nome bonito o pessoal vivia de terno, engravatado, bíblia debaixo do braço, criavam cultura, o povo tava se agradando do tipo, aceitando e querendo ser igual. Marcada a primeira aula a igreja encheu, OH! Glória!! Todos diziam Deus tá no negócio, vamos converter todo o nordeste Oh! Glória!!! Formou-se a primeira turma , muito estudo era uma visão moderna , uma tal de panorâmica do antigo e novo testamento. Era pura unção, o tempo passou voando e rápido já estavam sendo consagrados evangelistas prontos para o bom combate. É aqui que começa a história de Zé Gonçalves e de agora em diante Evangelista José Gonçalves. Era mês de novembro o sol da caatinga chegava a arder no coro do Pastor Gonçalves como logo começou a ser chamado. Devido sua fluência já aparentava tarimba. Pegou o jeito muito rápido e perseguia as almas, era conversão atrás da outra, reunia cada vez mais gente, pregava em toda praça, esquina, na rodoviária então era show. Fazia nome e já pregara até em quermesse, certa vez curou um frei cachaceiro, que daquele dia em diante aceitou Jesus e passou a andar com ele. Chegava perto do natal e quando passava por Campina Grande e nessas coisas do destino, foi convidado a pregar na principal igreja pentecostal de lá. Zé estava acostumado a pregar pelas ruas, ao povo simples mesmo com seu pouco preparo e mesmo estudando mais ou menos a bíblia, ia se virando, mas e agora como seria imaginou... aquele povo ... sei não .. pensou mais e logo resolveu .... Deus capacita ...Aleluia!! deixa comigo. Chegou o dia, o sol brilhava, cedo foi chegando e a igreja já tava cheia, era esperado tudo lindo. Começou o louvor, mais louvor e chegou à hora. Foi chamado apresentado subiu ao púlpito e não conversou. Aleluia !!
Os irmão vamos abrir a bíblia no evangelho de João 19 -17a24
Nem orou começou a sua pregação sobre a morte de Jesus e povo foi logo se envolvendo diante de tanta unção , lágrimas rolavam era Gloria a Deus, Aleluia pra todo lado, o povo sapateava, adorava e gloria a Deus Aleluia e assim foi levando, quando viu já estava falando há mais meia hora e povo gostando, misturava com piada, futebol, até de carne de sol de cabrito deu receita lá do púlpito. Povo gostando e tome aleluia, lá pelas tantas o assunto acabava e ele resolveu fechar com chave de ouro!!! Bradou, meus irmão : esse rapaz sofreu muito esse tal de Jesus... ele comeu o pão que o diabo amassou ... o povo arregalado não piscava e ele cada vez se empolgava mais,... aí chorando....proferiu!! meus irmão, esse pobre Deus foi massacrado, imagine só vocês que ainda não tinha murrido, quando viu debaixo dos seus pé, os malditos disputando Tunica a mulher dele, no bozó *!... isso que é sofrê... Aleluia!!! Gloria Deus ...... Amem !!! saiu pelo meio do corredor a fora, gritando Gloria Deus !!!Aleluia !!!! e se foi.
Dizem por lá que foi arrebatado.
Outros dizem que mataram.

* jogo de dados.
Ruy Eduardo de Castro
13/07/2007

terça-feira, 30 de outubro de 2007


Está em suas mãos?
Você fez alianças?
O que é uma aliança?
Você fará alianças?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O primeiro amor.
Como é simples e amável a voz de Deus. Como o vento do Espírito sopra. Como somos dentro da casa de Deus amparados por pessoas de Deus, que estão trabalhando para Deus e mesmo assim esfriamos nossos corações e deixamos de servir conforme vontade do Pai. Estamos sendo desonestos? Não, estamos mentindo para Deus? Não, estamos sendo cristãos? Sim. Porque então esfriamos? Será que esfriamos ou nos contentamos, acomodamos? O amor de Deus vem com Paz, imediatamente sentimos isto. Certas vezes as situações não mudam, problemas aumentam, mas sentimos Paz! Somos então eleitos de Deus, convertidos pela Graça, através da Fé em Jesus. Somos isto e não é pouco é na verdade... tudo! Esfriamos e deixamos de servir, ou melhor, servimos a nós e não a Deus! “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor, quanto tua perseverança, e que não podes suportar os homens maus e que pusestes a prova os que a si mesmos se declararam apóstolos e não são e os achastes mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa de meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho porem contra ti que abandonaste ao primeiro amor”.
(Ap 2.2-4)
Senti vergonha, a voz de Deus é suave aos que ama, disciplina, mas não feri. Sentimos amor pela dor de ser disciplinado, no que achávamos estar sendo certo estar errado. Que bom que ouvi, já que estava sendo ensinado a não dar ouvido. Em um filho quando temos que bater, devemos bater com amor, se causar dor, só pode ser dor de amor. Quando disciplinamos um filho, sentimos amor e dor, não transparece raiva, se acontecer não é amor. Um homem fala em nome de Deus, todos podem ser usados para isto. Alguns são chamados para isto de forma intensa e se dedicam a falar, pregar, admoestar tudo, mas não podem deixar de amar. Como amar sem conviver, sem saber lidar sem ouvir as manifestações desagradáveis dos mais atrasados, dos ignorantes, como sentir alegria da vitória de um filho se não chorar com eles suas derrotas. Como não ver em nossos filhos semelhança de nossas fraquezas. Se tivesse que disciplinar um filho a ponto de torná-lo cínico, apático e de fraco caráter, vê-lo perder o brio, torná-lo frio, vê-lo perder a esperança de um dia ser igual ao mestre, seria melhor vê-lo ignorante a vê-lo estúpido por ter aprendido errado, por nossa culpa.
Como Deus é bom, nos dá o que queremos às vezes para nos mostrar a nossa cegueira, deixa de nos contemplar com algo e mais tarde vemos , enxergamos Sua luz. Meus irmãos a meu ver nós devemos orar por sabedoria, sabedoria de Deus, que ela venha com o máximo de conhecimento possível, mas somente o necessário para servir a Deus. Devemos orar para sabermos muito, mas nunca a ponto de deixarmos de precisar de Deus. Cuidado os que se acham prontos, os que se acham especiais, apesar de um homem se destacar entre muitos, de se achar capaz de enfrentar gigantes, lembrem-se de Davi, mas não se esqueçam de Saul. Quão grandes homens Deus levantou, e quão pequenos se tornaram. Salomão até onde foi, mas mão conseguiu ser visto por Deus tão belo como um Lírio. Meus irmãos falar das coisas de Deus é bom, falar em nome de Deus não há honra maior, porem não nos esqueçamos de ouvir a Deus! O Espírito sopra. Atenção sal da terra, luz do mundo, “Lembra-te, pois de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras, se não venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”. (Ap 2.5)
Deus nosso Pai, perdoa não ter visto, perdoa-me não ouvir, obrigado por nos mostrar como és capaz de amar!
Ruy Eduardo de Castro. 29/10/2007.




ELE VEM !!!!

Pensando em DEUS e buscando Esperança.

A banalização da fé cristã evangélica, em paises como Estados Unidos, Brasil e outros. A degeneração do cristianismo na Europa, o avanço muçulmano, as tentativas de tornar nosso DEUS ameaçador e causador de maldades, espalham o rebanho e acovardam os que ficam. A estratégia demoníaca se desenrola de forma devastadora e devemos, combater com afinco. O ser humano sofre combalido, o pisoteio do inimigo que por sua vez se esconde, em varias religiões e também em denominações evangélicas, num liberalismo radical. Devemos a meu ver, em nossas igrejas, mostrar, o Cristo Salvador, que manifesta, amor e esperança. A Fé reformada deve intensificar a proclamação da palavra de Deus, porém com muito amor e atenção as ovelhas que estão assustadas, com todo panorama inóspito, de final dos tempos. É hora de abrir os corações, abraçar o caído, curar o ferido, elevar os ânimos, achar os perdidos, pois o inimigo recrudesce infame. Não devemos esquecer que os ainda não alcançados carecem de esclarecimento. Devemos mais que nunca, cuidar do rebanho corpo a corpo, buscando acalmar. Não devemos esquecer, que o adversário sabe ser o perdedor e como tal, tentará cada vez mais, fazer o maior estrago possível. As trombetas vão soar, nós sabemos, devemos nos preparar...ELE VEM!!! Reparo o crescimento de templos, Jesus os dispensa, pois fez de cada um de nós, um receptáculo do Espírito e é onipresente.







Não devemos erigir o que será destruído, devemos levantar sim, os guerreiros de Deus, e pela oração interceder ao Pai, que comande o Exército a rodear em vigília, as muralhas do inimigo. Somos vencedores, vamos nos unir e em uníssono louvar a Deus com hinos de amor e participar e não só aguardar, a batalha final. ELE VEM!!! O crente se acomoda e transforma constantemente uma travessia, em quarenta anos de lamento e sofrimento. Está escrito ELE VEM!!! a arca está cheia, Ele nos criou e nos aguarda, devemos pedir, orar para que venha. Homens de Deus se perdem em ousar recriar a Palavra de Deus, querem ser mais claros que seu criador, o essencial já foi dito! Ele mandou proclamar o Reino em todos os cantos da terra. Não mandou que ficássemos a sombra curtindo nossas pseudo-erudições em vanglória ególatra. ELE VEM!!! Levará os símpleces como as pombas, as crianças espirituais, e não estrategistas pragmáticos, que tentam criar seus bezerros de ouro, catedrais da luxúria espiritual, tornando-se refém de diabos pançudos que devoram almas com profundo conhecimento teológico. Que riem quando se alimentam de falastrões de retórica mercadológica. Lambuzam-se ao engolir gestores espirituais, com suas metas de crescimento em avivamentos irreais, que despacham fileiras de almas na boca porca do capeta. O tempo é curto, urge que gritemos com toda força dos pulmões ELE VEM!!!.










Vem meu irmão larga o que tem, ao menos no dia do senhor , parta para as ruas proclame o Bendito Guerreiro da Paz, o Filho de Deus, incansável a mostrar o seu lado ferido a cegos de coração de pedra. Esqueçamos se somos Batistas, Presbiterianos, Assembleanos, Pentecostais e todas mais, use seu conhecimento para proclamar o Cristo, tomemos cuidado a Palavra afirma existir somente dois tipos de homens: SALVOS OU NÃO SALVOS !!!!!!!!!!!
CUIDADO ELE VEM !!!!!!!!!!!!!!!!!!! ELE Vai te pegar idolatrando a si próprio, viciado em maná, pois é a Sua providência que o sustenta, ou tens alguma dúvida? Será que te achas provedor de tua vida?

Perdoem o desabafo!
Paz a todos os irmãos em Cristo
.
Rio 19/09/06.

RUY EDUARDO DE CASTRO.














Os sons a sinfonia e a filarmônica.


Amados jovens irmãos, é uma alegria ouvir a melodia dos sons da juventude, época dos sorrisos, das risadas, dos gritos de alegria, contagiantes que transparecem a renovação da esperança e são provas das inegáveis e das constantes misericórdias do Senhor, nosso Pai, em nossas vidas.
Meus irmãos, nasci em uma família, onde desde cedo eu escutava os acordes de um piano. Minha mãe era professora de música clássica e eu já acordava ao som de escalas musicais, do treino dos alunos e também apaixonado, apreciava a imagem e o som que minha mãe, muito bonita, passeava seus dedos longos, como que dançando, sobre aquele teclado ondulado e colorido de emoções, que fazia transcender o tradicional preto e branco daquelas teclas. Entravam e saiam meninos e meninas uns silenciosos e outros nem tanto. Meu pai era oficial do exercito e sua presença era verde militar e não me lembro de sons.

O meu território aumentava, e comecei a compreender a família, que não era só pai mãe e música. Comecei a ouvir os outros sons da casa. E ai eu descobri que havia mais dois seres, que como eu, eram filhos, mas que por serem mais antigos na área, tinham mais intimidade e eu achava que para eles tudo era mais fácil. Lembro-me muito bem, de volta e meia, minha mãe me proteger deles, sob o apoio de meu sério e verde pai. Esse tempo foi, e veio um outro, de muitas viagens, muitas escolas. Minha adolescência chegou, mas eu soube disto depois, eu vivia solto morava no interior do Brasil várias cidades, estados, vivi esta época lendo Monteiro Lobato, sonhando e vivendo, eram tantas brincadeiras, o tempo voava, só depois, eu percebi, que alguma coisa havia mudado e as meninas até então, umas chatas se tornavam diferentes e passaram a me atrair.
Nesta época som de fundo, começou a mudar. Eu menino que vestia calções e colares de suor e sujeira, passei a perceber as “mulheres”. A própria mãe que vivia brigando para eu entrar no banho, brigava então, para eu sair do chuveiro e ria do meu capricho no penteado, ao balançar a cabeça em negativa, a tanto esmero com a aparência. Ao fundo, tocava Beatles e Rolling Stones. Meu pai nesta época, não era mais verde, usava ternos e sua presença normalmente causava medo, pois a qualquer momento teríamos que apresentar as cadernetas escolares ou responder as queixas feitas por minha mãe, que já não agüentava os três demônios em casa. Havia uma mistura de liberdade e castigo, não havia conversa de orientação, existia muita liberdade, o agir corretamente era uma obrigação a seguir, e se não soubesse o que era certo, tinha que adivinhar. Em minha casa ouviu-se falar em Deus, fizemos todos a primeira comunhão, cheguei a me empolgar, querer saber mais, mas não houve incentivo. Eu achava algo estranho, não sabia o que era. Meu irmão Flavio, um dia me disse que minha mãe era espírita, me assustei, achei que ela era uma assombração. Meu pai ao ouvir falar de religião torcia o nariz com deboche, não podia ver padre, religioso ou coisa parecida que já criticava, dizia: esses são os piores. Assim completei dezoito anos.
Deu para perceber que não nasci num lar cristão. Senti cedo que, a meu pai agradava meu jeitão paquerador, meu interesse por lutas, e com ele aprendi, a não levar desaforo para casa. Minha mãe vivia em um segundo plano, meu pai com naturalidade, a humilhava na frente dos filhos ou de quem fosse. Transmitia a imagem do homem machão, incapaz de afeto aos filhos, um beijo um abraço não combinava com ele.
Meus irmãos a esta altura eram estranhos, cada um por si, como eu me desenvolvi nos esportes, em artes marciais, já não me batiam mais. Eu comecei a me impor no mundo como, brigão e paquerador. Só me afirmava em um lugar novo quando mostrava ser bom de briga e era metido a conquistar as mais difíceis garotas, eu me tornara um fanfarrão.
Esta época eu tinha uma namorada firme, cheguei a ficar noivo, vivia uma vida dupla, eu queria todas. Bebia muito, mas a princípio não gostava de drogas, porem depois de bêbado, dependendo da companhia. Esse costume inicialmente nos finais de semana, depois se tornou cada vez mais corriqueiro. Sempre com os amigos em turma, nos reuníamos para beber, contar os casos e as vantagens.
A vida foi passando terminei a faculdade de engenharia. Fui efetivado na empresa estava bem empregado, o namoro terminou passei a viver cada vez mais intensamente. Pedi demissão do emprego vendi o que tinha e fui para Londres em busca de emoção e fui fundo cheguei ao extremo da liberdade, fazia o que queria não havia limite. Sobrevivia com trabalhos desprezados pelos ingleses, lavava pratos panelas, essas coisas. Juntava um pouco de dinheiro e era ó farra, pequenas viagens pela Inglaterra. A vida era uma festa, namorava aquelas garotas de toda parte do mundo. Mas havia muitos momentos de tristeza e uma solidão desconcertante.
Estava em Londres no natal de 1978 fui convidado para uma comemoração. Quando cheguei, vi a orgia de sexo e drogas e rockin roll, que seria, percebi que era natal e perguntei, nem sei porque, a mim mesmo, por Deus. Lembro-me da angustia e solidão que senti, um vazio nunca antes experimentado. Deixei a festa voltei para casa sozinho para estranheza geral. Senti-me no fundo do poço, percebi que estava na fronteira da marginalidade. Lembrei de meus pais, irmãos, senti falta da família. Apesar da ausência de religiosidade cristã, meu pai era um homem honesto, cumpridor de seus deveres, uma pessoa séria e um homem de bem. Ele não havia aprendido a buscar a Deus, havia se decepcionado na infância, em colégios de padre. Minha mãe buscava no lugar errado, mas tinha fé, aprendera aquele caminho em sua casa, era uma fé equivocada, mas autêntica. Quando comecei a andar pelas ruas, voltando para casa naquela noite, via pelas frestas das janelas as famílias comemorarem o natal. Londres aquele ano nevou muito, parecia um filme. A solidão, o completo despropósito de uma vida anárquica, tinha me levado ao desespero, as drogas em Londres eram normais, a juventude vinha de todas as nações, era um choque cultural enorme. O que no início me encantava, se tornou um pesadelo. Naquele natal sozinho, sem saber orar, ansiei por Deus existir. Lembro-me como se fosse hoje, como eu estava vazio e como pensar na existência de Deus, por si só, como me confortou. Ele esteve comigo.
Passou o fim de ano, as coisas voltaram ao normal e eu fui ficando, volta e meia o vazio voltava. Aquele natal aos vinte e seis anos de idade; vi o mundo com outros olhos. A partir daí comecei a me imaginar no futuro, o que seria. Alguns meses depois resolvi voltar ao Brasil. Nesta época o som era Chico Buarque, eu tinha estado na fronteira do inferno, tocava meu guri, olha aí.
Deus havia me resgatado e eu ainda não sabia, Ele gostava de mim, e abrira uma pequena brecha na cortina do palco do espetáculo eterno de sua Glória.
Meu amigo Pr João Vieira me convidou para vir aqui passar a vocês um pouco de minha experiência. Escolhi falar sobre esta parte, pois acho que o jovem é sempre o mesmo, em qualquer época, quaisquer que sejam os povos e os costumes. O jovem é a esperança de uma nação, os jovens por sua força, sua vontade de vencer, por sempre estarem prontos para as novidades e até por sua ingenuidade, são muitas vezes enganados. Vocês já reparam que os jovens é que vão as guerras, são os jovens soldados que morrem; que muitos jovens casam muito cedo, sem medir as conseqüências. São manipulados pela mídia que lhes impõe modas e costumes com muita facilidade, por eles estarem ainda com sua identidade em formação. O jovem é forçado a entrar no mercado consumidor, sem sequer serem ainda produtivos. Antigamente existia a figura do aprendiz, as profissões eram passadas de pais para filhos nas famílias, o nome das famílias correspondiam a suas profissões.
Hoje todos nós mais jovens ou menos jovens, somos vítimas de um turbilhão de informação que não chegamos a entender uma novidade, ela já está ultrapassada.
Mais porque estou falando tudo isto? Onde quero chegar?

Fui jovem numa época com algumas vantagens e algumas desvantagens, vim de uma família classe média como muitos, mas tem uma diferença. Vocês sabem qual é? Vocês estão melhor que eu, vocês já foram eleitos por Jesus. Vocês já estão na caminhada, já estão ouvindo falar da porta estreita, já foram apresentados a Jesus da maneira certa. Vocês estão sendo discipulados, estão aprendendo a consultar a Deus e através do Espírito Santo estão sendo instruídos na verdade. Vocês estão desde cedo investindo no tesouro, que nem as traças, e nem a ferrugem corrói.
Usem esta oportunidade, não saltem deste barco, que tem um leme fixo chamado Jesus, que os levará ao trono do pai. Quando a gente fica menos jovem observa o que passou, vê os que caíram, morreram ficaram loucos, incapazes, por terem insistido a se manter fora do caminho de Deus, vítimas de satanás. É impressionante como erraram, caíram, morreram por tolice. Persistam neste caminho, nele quando se e é chamado a segurar o arado, não se olha para traz. Fixem-se em um som o som da sinfonia de Deus, ela pode no início parecer imperceptível, aos poucos o Maestro vai te tornar um exímio instrumentista, e você estará garantindo seu lugar na Filarmônica Eterna onde todos nós solaremos o Amor, com o Deus triuno em novos céus e nova terra.
Que Deus os abençoe para que permaneçam no caminho sem desvios, mas cada vez mais fortes, na beleza da juventude de Cristã.

Ruy Eduardo Moraes de Castro. (R.E.CASTRO)
07/10/06













Muito Feliz.


Ando muito feliz, sei o que é. Agora tenho medo, ou melhor, não é bem o medo, um certo temor. Estou tendo a sensação de que se pode ser feliz apesar das complicações da vida. Eu e ela estamos em uma fase muito boa, acho que sempre estivemos, não sabíamos aproveitar. A vida a dois se confunde às vezes, críamos em coisas, e achamos que dependemos delas para sermos felizes. Quando nos conhecemos queríamos apenas ficar juntos, era o bastante. O animal homem é criador de coisas e casos, confunde o amor. Não precisa de muita coisa para ser feliz. Somos uma parte de um teatro onde participamos em nossos papéis. Quais são nossos papeis? Vivemos escolhendo os caminhos...Esse palco chega a nós fora de foco, por constantemente querermos atuar na paz que vive nele. Não sabemos atuar, então, interferimos na paz. A paz, só percebemos quando somos tirados do palco. Somos atores que devemos aprender a atuar e se aprende vendo e ouvindo. Ouvi falar do vale... O grande teatro não fecha enquanto o Dono não quiser. Eu tinha medo da morte, não era da morte, era da perda da vida, aí descobri que no fim do vale, o da morte, tem uma bifurcação ...há que tem ,tem, e lá continuamos a viver. O cara falou que era espírita e que a gente volta, eu a princípio acreditei, chííí!! Que coisa ruim vir novamente, começar tudo em outro corpo. O cara falou que conversava com os mortos..que loucura se existe isto, o mal existe, se existe o mal, existe um Deus pra controlar o mal, senão de tanto mal o quê existiria, acabaria logo tudo, o que seria muito mal. Então se existe um Deus, ele permite o mal, se permite o mal, existe o bem, então existe o bem e o mal. No final do vale tem uma bifurcação, o bem e o mal. O cara que fala com os mortos também vai atravessar o vale e no final vai encontrar, o outro cara que disse a ele que agente volta e ele vai querer voltar, pra cá não, eu sei que ele não volta, mas fica vagando, perturbando dizendo aos outros que a gente volta. No final do vale tem uma bifurcação, lá vou ver um caminho fininho e vou entrar..ah!! que vou... vou...eu escutei o cara certo !! vou ver meu irmão... vou ver o Leão!!!! Não vou ter medo não...Eu e ela somos felizes, teve tempo que não éramos...foi o mal....Ele deixou haver o mal..sofremos..só vimos o bem depois do mal, ali também bifurcou, escolhi o bom caminho, ela também achou, vimos o teatro, aceitamos o caminho..no final do caminho tem um vale ,no final do vale tem um caminho, fininho ou vê ou.... não tem volta!!! o mal as vezes é bom, o que é bom mesmo nunca é mau, permite o mal, mas não é mau.......tudo será bom ...não é teatro!

Ruy Eduardo de Castro.
25/08/2007

Nas férias do diabo.

Já se passaram séculos de discórdia e disputas e parece que fim não vai chegar. A pendenga do diabo, sua revolta contra o Todo Poderoso, o orgulho continua afetando o animal cego que não quer ver. Como ele o “coisa ruim” existem muitos e porque não dizer, a maioria dos humanos padece desse mal.
Já era caso conhecido de toda a vizinhança e também já vazara pelas veredas do subúrbio os muitos casos e “causos” de Celso de Ogun, pai de santo da antiga e de reconhecidos feitos. Era ele certamente respeitado e muito temido se querem saber. Nada de importante acontecia sem que Pai Celso não fosse consultado. Era o bicho nos búzios, dizia-se que acertava até loteria e também curava de unha encravada até sei lá o quê. Seu terreiro era freqüentado até pelo povo rico que vinha de longe. Tinham dias que a fila de carros de luxo virava a esquina.
Celsinho pros íntimos, nos dias de folga, adorava um saroel furtacor, roupinhas folgadas, coisas bem despojadas e descontraídas. Não sai de casa sem o séqüito de cambonas, puxa sacos e seus amasiados da vez. Sua casa era ponto certo de artistas em suas famosas feijoadas, políticos eram seus afilhados e faziam romaria em época de campanha.
Num vacilo seu ou de seus santos, a casa ao lado à sua, separada somente por uma bucólica cerca-viva, foi alugada por um tal de Cleber, moreno boa pinta, sua cara de índio impressionou o macumbeiro de tal forma, a ponto de Celsinho acender uma carreira de velas na sexta-feira seguinte abrindo todos os caminhos do futuro vizinho. Ficou tão apaixonado que chegou a pedir umas férias pro cramunhão para poder se dedicar ao que seria certamente seu novo e amor!! Agora vivia fazendo planos e já se cercara de todo o tipo de mandinga, ria com histeria dizendo: na minha gira ninguém pia essa peça já é aqui da titia!!! O forasteiro só aparecia de terno, um luxo, assim dizia Celsinho cego de alegria. Todo dia pela manhã, namorava a casa ao lado e sonhava com a chegada da mudança e seu elegante príncipe.
Ninguém sabia nada sobre o estranho, o que fazia e nem ao menos de onde era ou vinha.
Em uma noite de sexta-feira o coro da curimba roncava em polvorosa, com os atabaques, berimbaus e surdos em algazarra preconizavam o Demo. Os pontos eram cantados tão alto que lá da praça, a distância se podia escutar. Aquela noite era do Seu Sete Encruzilhadas, a entidade mais forte e violenta que baixava no terreiro. Lá pelas tantas da noite o trabalho seguia forte, Celso já tinha mamado umas quatro garrafas de cana, quando resolveu acender uma pemba das grandes lá fora. Saiu roncando, cantando e rodando feliz da vida com seu exu incorporado...dizia hoje vou adivinhar tudo, gritava: quem quer saber o quê caboclo? Vai, pede que eu vou dizer! De repente, sem esperar ou entender se tornou subitamente quase lúcido se contorcendo olhou pra traz e agora babava e roncava fino vendo um vulto, não escutava mais o som da curimba, deparando surpreso com o povo todo vendo! se viu recebendo sua sentença de morte ...Tá amarrado demônio em nome de Jesus, manda fogo do céu Senhor !!! que Jesus te repreenda demônio, aniquila este mal Senhor !!! Celso rodou e caiu, a vista turva via a luz incômoda que o enfraquecia...torceu os olhos e viu um vulto de terno e agora sacudindo uma Bíblia apontava e dizia sai demônio mentiroso!!!! Pregando determinado estava o novo vizinho .....que enfim chegara. Celso mais uma vez virou os olhos, babou desprotegido e em voz fraca... roncou com raiva ...Ô crente felá da ..... me pegou!! nas férias do diabo!!!!
e assim sumiu ele e a pemba !!! não levou nem o saroel.

21/04/2007.
Ruy Eduardo de Castro.


O PORCO.
Senhor, rogamos que nos permita entrar naquela manada de porcos. Era uma legião de demônios, suplicando entrar em uma manada de porcos, a eles não é permitido ter autonomia sequer para possuir porcos. Percebemos a soberania de Deus claramente. Ora, como estaria então aquele homem possuído por uma força do mau, tão volumosa, tantos diabos? Vemos que sem dúvida alguma, o adversário de nossas almas precisa de licença para entrar. Como haveria de ter entrado? Façamos uma análise de nossas vidas, vejamos se não é normal ao homem comum, alheio a realidade da existência de Deus, buscar em seu mundo falso, realizações concretas que lhe façam sentir senhor de si mesmo, criador e objeto de sua própria utopia. É fato sermos diariamente massacrados por ofertas mirabolantes e promessas aparentemente accessíveis, a realizarmos de forma fácil, tudo que nos vem à mente e nos agrada aos sentidos. Desde criança, não podemos negar, escutamos provérbios populares que nos levam a atentar para nossas asneiras, tais como: oferta boa demais o pobre desconfia, “todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia sua loucura”.(Pv 13:16)
Não é verdade que a mente humana desbaratada, decaída, almeja com descabida vaidade, conhecimento fútil, riquezas, fama, notoriedade para afagar seu ego fraco, cada vez mais carente de constantes carícias e renovadas situações contentamento temporal. O infeliz sonha o transitório, anseia o inusitado e deixa-se abater decepcionando-se por não atingir sucesso em tolices. O porco se for banhado, afasta a repulsa, aparenta fartura, mostra opulência fica com certeza até mesmo bonito, mas se for solto rapidamente na lama rola! Assim o homem, mergulha em perfumes, faz maratonas de pela beleza, veste-se muitas vezes com pompa além se seu alcance, tentando afastar-se do que externamente seria feio, insensível ao lamaçal que cultiva e amassa em seu interior. Externamente aparenta como um deus, ousa decidir tudo em sua vida e arriscar conselhos e procedimentos aos outros, sente-se deus; cria, administra, julgando seus desejos sempre justos, insensato achando-se deus, se permite acompanhar demônio, achando-se imune, vendo o porco banhado. Suas metas são ampliadas, pequenos triunfos enaltecem e acumulam vitórias passageiras do tempo, espraiam no espaço absurdo de suas loucuras. Encastelados nas mentes, acreditam tudo poder, são fieis de pensamento positivo, já se consideram infalíveis, sendo assim cada vez buscam mais, sua convicção é poderosa, são tantos atributos que se sentem acompanhados de uma legião de “virtudes”. Já não cabe em si mesmo, é um vitorioso! Tudo pode, alega a si próprio, arroga sua grandeza, já não cabe em si mesmo, mas algo incomoda precisa movimento necessita criar oportunidades, sente-se preso em grilhões, quer viver, mas se acha refinado, quer o melhor, anseia cada vez mais, mais intenso, agora rola narciso dentro de si mesmo, quer ser mais forte, porém sente vazia a vida, nada o contenta....rola,chafurdado na própria lama! É o porco, voltou para a lama, de onde nunca saiu! Esqueceu ou não sabia, que veio do barro e barro na mão de Deus é vida, nos pés do porco é lama, quando misturado com o que tolo, gostava em excesso como fama, poder, riqueza e outros “pequenos males”. Não sabemos o que o gerazeno fez para acumular tantos demônios, mas contudo vemos que mesmo o mais endemoniado,pode perceber a presença de Deus. Vemos que Deus através de Jesus liberta, sejam quantos forem os demônios nada serão diante de Deus. Podemos levar conosco a certeza de que mesmo que um homem possa se considerar o maior dos pecadores, sejam qual forem seus delitos e pecados diante Dele, o diabo, o porco, foge com seu pé duro, de tanto fugir de Deus. Devemos estar atentos às belezas aparentes, as facilidades mundanas, aos caminhos amplos e principalmente com nosso orgulho próprio, essa nossa arraigada vontade de achar que tudo sabemos, que podemos ser deuses e quando ouvirmos: é certo que não morrereisss!!!!!como disse o porco em sua versão cobra, tratemos de dar as costas e seguir no caminho estreito e único que nos leva ao Pai. Marchemos como um exército, vistamos a armadura de Deus, fiquemos firmes contra as ciladas do diabo; nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra os principados e potestades, dominadores deste mundo tenebroso, contra forças espirituais da maldade. Vistamo-nos com a couraça da justiça, calcemos os pés com o evangelho da paz, abracemos o escudo da fé e assim apagaremos os dardos inflamados do maligno. Sempre também com o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Quando em guerra um dardo lhe atingir, não murmure, agradeça a Deus, segue firme! Já espelhas de longe a imagem de Deus o inimigo está te confundindo com Jesus, o amor de Deus, restaura os eleitos e se o cão se aproximar verá em volta de ti a proteção do Senhor e certamente buscará alguns porcos e neles novamente investirá para o abismo.
r.e.castro.
13/06/07

domingo, 28 de outubro de 2007


O Serviçal.

O sol avisava, era manhã com jeito para uma praia. O povo passava alvoroçado era sábado. Seria um grande final de semana, prometia. Nestes dias a criançada pula, corre, berra, é dia de sol.
Alguns alheios a isto partem pro batente é dia de ralação, como outro qualquer.
O negro forte, roupas simples, roupas de trabalho varre a frente da igreja, é mais um dia do Senhor. Pros de Deus não tem dias diferentes, todos os dias são para servir a Deus. Quando se varre, se varre pra Deus, a casa de Deus. Entoava baixinho um louvor, na paz conversava com o Pai. Ô Pai como é bom te servir, tua casa já tá limpa, como tu gostas. O pneu canta na esquina o Chevete cheio quase arrasta no chão, voltavam da farra, então param e todos rindo...vendo homem varrer ... um falou:
-Ô irmão, qual é? Porque tá varrendo? Tu é da cor, é malandro tá dando mole? Sai fora, escravidão já acabou! Vai dá mole pra pastor...é tudo pilantra, tá levando tua grana, ô tio qual é ? Aí vamo tomá uma gelada.. aí... vamo ca gente tio, lá no bar da esquina.
-Vou não meu filho tô bem aqui... obrigado vai com Deus...cuidado!....eles foram e o pastor Carlos continuou a varrer a varrer e a louvar.....
Glória a Deus! Aquele negro era livre mesmo....!
Serviçal de Deus!
Ruy Eduardo de Castro.
Sábado 18/08/2007