sexta-feira, 15 de agosto de 2008


Será carma?
Algumas coisas acontecem que nos deixam sem palavras, sem poder prever nada, obrigados a reconhecer que somos dependentes incontinentes de uma estrutura maior, onde apesar de acharmos controlar alguma coisa, somos levados por uma balada louca, uma viagem onde alucinações subitamente podem interferir fisicamente em nosso mundo “real”. A mente humana, o comportamento, geralmente tidos como submissos aos nossos desejos, vemos que podem nos surpreender quando menos esperamos. Lidamos com pessoas que por sua postura aparente “normal”, mesmo com suas idiossincrasias, as chatices comuns a todos nós, podem nos surpreender, a coisa é séria. Em uma conversa casual em reunião de família fui consultado por uma pessoa sobre minha mudança de religião, foi quando de certa forma senti sua fragilidade emocional e insatisfação com a vida conjugal e problemas relacionais. Conversamos por um bom tempo naquele dia tendo encontrado afinidades, me levando a crer poder orientá-lo no sentido de conhecer a religião cristã, pelo viés protestante reformado. Sou sensível na percepção do comportamento humano e costumo reparar os disfarces usados para esconder as fragilidades que se manifestam em pessoas perturbadas em seu íntimo. Tivemos algumas conversas por telefone convidei para conhecer reuniões de apoio a casais, insisti um pouco quando percebi a gravidade do problema, porém não tive sucesso. Tentei pelo outro lado com a esposa tentar uma ponta da meada, mas fui infeliz. A religião enraizada que misturava vidas, carmas, embutia uma insatisfação mútua já sedimentada, abrigando farpas e um sintoma de ódio. Havia uma desilusão, um desgosto que estava cercado nas convicções religiosas, usadas como explicação, para as frustrações causadoras do desleixo e inimizade, lembro-me bem da constância da repetição da palavra carma. Infelizmente temos uma barreira que não podemos ultrapassar, ficamos limitados a interceder com orações. Tratando-se de pessoas que apesar do parentesco, não temos contato, levando o relacionamento a entrar em uma limitação de ocasionalidade, de casamentos ou enterros, sabemos disto é assim mesmo. Muitas vezes o parente próximo na infância torna-se um estranho a idade adulta. Lamentamos muito, porém temos que nos conformar. Desta época passaram-se aproximadamente dois anos, semana passada recebi um recado para telefonar para meu irmão, estive ocupado só pude retornar no final da tarde, quando consegui soube que a pessoa em questão havia se jogado do quarto andar do prédio que trabalhava, havia morrido e fora enterrado. Deixo aqui uma questão para que algum parente espírita me responda. Foi o carma?
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes". (Ef 6:12)
r.e.castro 15/08/2008

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