terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Assista o video
Arte, coisa de Deus!
Há algum tempo estava vendo tv , era final de ano, quando apareceu um anúncio, de um novo cantor, em uma chamada rápida,dizia: compre Paul Potts, ao fundo Nessun Dorma , Turandot, de Giacomo Puccini. Como sou apreciador dos clássicos e que ainda entristece a perda do nosso “último tenor” Luciano Pavarotti, gostei da novidade, pronto a alcançar prazer da música. Quem será este novo tenor, donde vem?Corri ao abençoado Google e achei no Youtube um conto de fadas, protagonizado pelo príncipe, que era do tipo que não poderia ser escolhido na multidão como tal, vi humildade, percebi a Arte. Era um tipo sofrido, pouca ou nenhuma sedução natural. Apresentou-se e propôs cantar ópera, uma ária de ópera. Pelo seu tipo físico, pouco agradavel atualmente, jeito simplório, nenhuma atitude de agressividade, foi precocemente rejeitado. Senti uma angustia, simpatizo com os menos favorecidos, confesso que duvidei, mas torci. Os acordes soaram, desafiaram o frágil desafiante ao azar,aparentemente tudo tinha pra perder. Meu coração apertou, senti indescritível sensação, ansiei vitória. A orquestra convidou o solista à difícil tarefa, que a tantos frustrou e a que a alguns coroou. Naquele momento o modesto vendedor de telefones celulares esqueceu a carne e se entregou ao espírito, dom de Deus.
Em uma interpretação digna, como os melhores da música, comoveu a todos, senti o que deve ser a semelhança de Deus, em um homem limitado como todos nós, ou melhor, a olhos da maioria, menos dotado.
O que vai ser desse homem, não sei, sua técnica deve ser natural, busca solitária e seu treinamento parece restrito. Não posso avaliar por ter visto e ouvido por meio eletrônico, não sei a grandeza da voz, não sei se poderá encarar o tanto que se exige, mas naquela noite .... Brilhou! Deus o abençoe! Ainda mais!!
R.E.Castro
22/01/2008