quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Barranca de Belgrano

Tango.
Percebi em Buenos Aires um sentimento muito bonito, vi um povo sofrido, mas que sofre e ama, com elegância, povo educado e com forte amor por sua terra e por seus conterrâneos. Percebi (acho) o espírito do tango, vi uma manifestação social de grande força. Senti a aspiração latente, vindo das entranhas, onde mostram sua reação em forma de arte, de maneira própria em forma de lamento e alegria, não uma tristeza miserável, indigna, mas um clamor inteligente de quem chora com honra, ama com bom gosto, sem sacrificar sua decência. Sempre admirei a raça, a gana do povo argentino, seu cuidado com a aparência fina e o bom gosto natural. Passeei por Caminito, San Telmo, vi a arte em Ricoleta, porém senti a força argentina na “barranca de Belgrano”. Nunca vi nada igual, em um coreto semelhante aos nossos, feios (as) e bonitos (as), jovens e velhos (as) lindamente desfrutando do prazer de “bailar”. Não vi azaração, exageros, droga alguma, nem bebida alcoólica, vi o puro sentimento do tango. É uma praça pública, sem cobrança de ingresso, lá não havia polícia, mas sim, gente de varias classes, desfrutando a alegria de dançar. Lá não se escolhe por aparência. Todos bailam com todos, por amor ao tango, sua tradição e beleza. Todos buscam em suas condições, estarem bem arrumados, e se portam com nobreza natural e orgulhosamente portada sem exceção. Existe uma calma, uma paz, porém também uma sensualidade forte e linda. Dança erótica, de bom gosto, lindamente executada .
r.e.castro 4/11/2008


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