sexta-feira, 20 de junho de 2008

O Brasil chora!
Que bom poder observar a vida, vermos as árvores ao vento quando a chuva caindo as alegra e sacode. Estamos na época dos Ipês, começou cedo, vai até setembro. Vemos nas serras os roxos fantasiados de quaresmas, mas certamente são elas que os imita. Planta nobre o Ipê, árvore que é símbolo brasileiro. Existem também os brancos, raros e belos, porém para mim os que mais brilham são os amarelos, em todos os tipos e tons. Combinam com as saíras, os sanhaços, sabiás e o canto do canário que também é amarelo, as vezes cabeça de fogo, canto estalo, canto corrido e tem mais, o carretilha bom de goela, bom de briga. São as cores do Brasil, nossa terra, nossas cores, nossas florestas, tão sovadas e caçadas. Tudo por aqui é lindo, mas mal mexido, mal tratado, coisas dos homens, estes pobres brasileiros nascidos ricos, em terra rica, onde tudo dá. Dá tanto que perdeu o respeito, nem seus filhos mais a respeitam tão sofrida, tão sugada e por todo o mundo invejada, porém para os de casa, não passa de malvada terra de pobre. Fim de caminhada dos que vieram e levaram e continuam levando e os seus filhos que também exploram e não dão valor. Pobre povo brasileiro, mistura de tudo de bom e de ruim, mistura de cores, de povos, mas os verdadeiros são tímidos em amá-la, terra tão rica, tão bela, mas chamada terra da bola, perfil de uma arte que por melhor que seja não pode fazer sombra à terra do Ipê, do pantanal, dos vales e morros, das minas e mares. Terra que depois das florestas, apresenta agora o ouro negro em seus mares. Acorda brasileiro, defende o que é seu, antes que algum aventureiro lance mão. Isso que não falei dos peixes, os dos mares, os dos rios, terra das águas, águas do mundo, celeiro do mundo, terra mal amada, mal tratada, mulher de malandro acanhada. Terra tão grande, mas que deveria ser abraçada por seu povo infiel, que não a merece, nem sequer se orgulha dela. Viajei pelo mundo, vi povos que erguem a bandeira e não tem tanto, quanto mais o exagero brasileiro. Que triste ver as árvores e a chuva e os ventos que escondem quando elas choram. Que triste ver as encostas peladas da mata atlântica perdida, em agonia, quase sem vida. Ainda há tempo, mas é quase tarde!Acorda brasileiro! Ama o que é teu!
r.e.castro 20/06/2008

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