sábado, 10 de maio de 2008

Cobras de gravata.

As cidades não querem mais que se plante em suas calçadas árvores, ou melhor, qualquer árvore. Vivi pelo interior do Brasil e apreciava bastante poder ver e colher por onde passava frutas maduras, das mais variadas espécies. Em uma cidade no sul, era repleta de pereiras e macieiras. Outras no nordeste eram “recheadas” de cajueiros, umbús, mangas e cajazeiras. Quando estivemos em Mato Grosso, era tanta qualidade de manga e tantas variedades de frutas, que era como se Deus, nos desse comida na boca. As cidades de hoje mesmo em alguns interiores, visam pragmatizar, revestirem-se de segurança, se houver o risco de uma goiaba vir a cair sobre um passante, poderá gerar ações judiciais ou no mínimo reclamações.
As raízes devem ser pivotantes, não devem se alastrar pelas calçadas, pois iriam rachar-las ou fazer alguém tropeçar. Suas alturas devem ser limitadas nunca avançar além do que se possa podar. Interessante também notar, que de certa forma exageram cuidados e outros pontos relaxam de tal modo, fazendo crer que não existem critérios, somente posturas que promovam visibilidade àqueles que dizem zelar, mas que no fundo com certeza gostariam de cortá-las para não mais incomodar. Então assim vai o mundo plantando concreto, cada vez mais juntos, gerando favelas por não planejar, investem em aparências e esquecem-se do arroz com feijão, do dever de casa. Como os coronéis do engenho, uma classe política perpetua-se no poder, sem mudar os princípios com que exploram aos que deviam servir. O que tratei sobre as árvores, reconheço ser eu um romântico, infelizmente sou obrigado a concordar com algumas normas de segurança e praticidade. Porém o que me arrepia é ver gastar com o luxo, onde não se tem remédio, quanto mais hospitais acessíveis. No Japão não se joga um chiclete na rua, podem te multar, parece exagero, mas é cuidado e economia, otimização. Por que aqui não paramos tudo e iniciamos direito, vamos cuidar das crianças que estão nas ruas largadas, tratar de nossos velhos, tomar vergonha na cara e cuidar de hospitais, segurança, gerar trabalho, botar ladrão na cadeia, começando pelos aiatolás, papas, políticos marajás cuja infalibilidade já,já ou em breve irão pleitear.Eles vão e voltam numa eterna rapina. “ Avis raras” que fingem se preocupar com as árvores e os indivíduos, mas na verdade só querem roubar. São os santos fingidos, as cobras de gravata. Gostaria de lembrar que estamos chegando à época eleitoral, tomemos cuidados, levemos a sério, o ato de votar é apresentado como dever, mas na verdade é direito, é a única forma de lavar a alma, e a sujeira de nossas cidades de suas árvores de maldade, estas sim são aquelas, que todo dia fazem pior ,defecam seus frutos, sobre nossas cabeças.

r.e.castro 10/05/2008

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