sexta-feira, 16 de maio de 2008


Me encontrando.

A apologética reformada distingue o fato de que todos os homens intuem Deus (sensus divinitatis). Calvino afirma que todo homem tem um senso divino dentro de si que o impulsiona a buscar a religião, seja ela qual for. Esse senso faz com que ele busque não só algo maior do que ele, mas com que ele se organize em volta de impressões morais imprimidas pelo divino. Alguns anos atrás eu peregrinava em busca da Verdade, havia estudado algumas religiões e buscava através do espiritismo encontrar as respostas. Respeito todas as religiões , mas de algumas seitas não posso dizer a mesma coisa, considero um direito e uma boa atitude, alguém buscar responder as perguntas e tentar esclarecer seus problemas existenciais. Nós nascemos com a sensação da existência de Deus e a carência de sua presença, conforme foi referido acima com referências perfeitamente idôneas. Eu disse estava em busca àquela altura tentando entender a mim e toda a criação pelos princípios de reencarnação e purgação de erros cometidos em vidas passadas. Estudava , porém as respostas não traziam a mim segurança , ao contrário geravam mais dúvidas. Sensação de labirintos intermináveis. Com o desenvolver dos estudos, cheguei à conclusão que a paz, só seria encontrada no vazio, na inexistência, seria somente lá no mundo vazio do nada, onde como quem dorme e não sonha, poderia descansar das dúvidas, tribulações e injustiças do mundo. Iniciei então uma fase onde achei ter encontrado a paz no ateísmo. Por um breve tempo me senti realmente livre de toda carga das religiões e imposições dos homens compreendendo que negando a vida encontraria a paz. Desta forma então estive a passos de achar melhor não existir. Porém rapidamente concluí que precisaria de fé para crer que no vazio, no nada onde supostamente iria encontrar a tão sonhada paz. Somos eternos se formos decompostos, causaremos outras formas de vida, cada parte de nós estará compondo um novo corpo, um novo mundo. Neste caso limitando a vida ao corpo podemos afirmar que somos eternos em formas variadas, confirmando Lavoisier que descobriu a “Lei de Conservação das Massas”, "Na Natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma". Desta forma me senti eterno, mesmo que despedaçado, desprovido de identidade. O raciocínio está certo, porém existe a questão da alma, o espírito de onde viria isto, concluí que a paz vinha do espírito e não da carne, as sensações corpóreas são originadas por um senso interior inexplicável, que me levava apesar de querer radicalmente me livrar da dependência de um ser transcendente, controlador, criador, cuja tirania me obrigava o cativeiro, entendi a existência do mal. Conclui simploriamente haver o bem equivalente e equilibrador. Havia buscado a Deus e encontrado o mal. Preso a armadilha da eternidade chorei confuso, esvaziei meu coração , então fui apresentado à humildade e limitação do ser. Entendi que o que buscava era ser Deus , compreender tudo e não aceitar controles, ousava dirigir a vida e não gozá-la como dádiva, assim compreendi haver o bem, causador da vida e indiferente a força do mal, esta força o mal, provém de nós mesmos. Hoje entendo que fomos criados pelo bem, e somos muitas vezes os criadores do mal. Tempos depois conheci a bíblia, depois disso encontrei a paz , mas a paz possível à nossa limitação, aprendi a crer, fui presenteado com a verdadeira FÉ!

r.e.castro 16/05/2008

Nenhum comentário: