terça-feira, 8 de julho de 2008

Por meu pai...

Estava quieto, esforçava-se em se manter calmo,
ela ainda dormia.
O dia já raiava e a tensão se fazia mostrar.
Não se esperava mais nada de bom alem do sono,
era esta a última benção.
Portanto, enquanto houvesse algum dormindo,
o outro protegia com silêncio.
Era uma grande angústia, o fato de viver.
Haviam passado por muitas lutas,
já haviam desistido fazia muito.
Só havia paz nas horas de sono.
Tudo que haviam ganhado com seu trabalho se esvaia para o nada.
Todos os sonhos mostravam-se agora vazios.
As cores fortes da paixão, foram, acabaram...
Chegara aos poucos velhice , os filhos foram...
O horizonte era cada vez mais parado.
O dia significava a vontade de ir,
por que não ia, perguntavam, para onde.
Os demais amigos, parentes não existiam mais
Porém povoavam seus pensamentos como folhas que voavam das arvores.
A casa onde moravam, mostrava marcas dos tempos de alegria e fartura.
Agora decompunha sua opulência como seu corpo velho.
Cada canto uma lembrança, mesmo as lembranças já não resistiam,
iam confusas, só eles permaneciam.
Algumas visitas, velhos amigos, novos na timidez da verdade,
Agora é vazio, como foi bom, agora falta algo, falta pouco,
o pouco que existe e parece muito, ou nada.
Pura ilusão. Sei lá, como será?
Não entendemos, erramos e acertamos quem fala é o coração,
a ele Deus que vê, Ele entende... nos veremos um dia...

r.e.castro. 9/7/2008


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