sábado, 5 de julho de 2008

UWUMBOR ADIIN
Mt. 28:18-20
Era uma manhã bastante ensolarada em Nakpai, uma típica aldeia
konkomba, onde vivia o casal de missionários Ronaldo e Rossana. Ronaldo acordara
um pouco depois das seis para falar ao rádio e preparar o café da manhã,
antes que as pessoas começassem a chegar para serem atendidas por Rossana,
enfermeira especializada em obstetrícia e que atendia também a pacientes em
diversas outras áreas. Depois de preparar o café o casal saiu, como era o costume
do povo, para cumprimentar os anciãos sob uma árvore. Sentaram-se debaixo
da árvore e, nesse momento, surgiu no meio das palhoças uma mulher que
não era da tribo. Sua pele negra era de tom mais claro, típica dos povos do Norte,
e ela carregava nos braços um bebê.
A mulher dirigiu-se ao grupo usando um dialeto não compreensível.
Um nativo conhecedor de vários dialetos foi chamado e iniciou-se a conversa: -
“Sou fulani-krê e vim porque ouvi dizer que alguns accharan (forasteiros) estavam
curando pessoas”. O casal estava perplexo. Os fulani-krês eram de uma tribo
nômade ainda não alcançada ao extremo norte africano e aquela mulher tivera
uma longa jornada. Rossana, entendendo que o bebê estava doente disse: -
“Posso ver a criança?”. Ele tomou a menina para examinar e constatou um quadro
terrível: a criança, de cerca de 7 meses, estava tomada por tumores em sua
cabeça e que se espalhavam por todo o seu frágil corpo. A pequena menina tinha
dificuldade para respirar e seu choro era quase inaudível.
Rossana e Ronaldo se entreolharam. Não tinham condições de atender
aquele caso e uma ajuda externa mais especializada era impossível. Rossana
tomou então a palavra: “- Em geral, nós temos medicamentos que ajudam na
cura das doenças mais comuns mas, quanto a esta doença, não sabemos as
suas causas.” A mãe olhava para baixo desanimada. Rossana continuou: “Mas
há algo mais poderoso do que tudo que temos e que pode curar sua filha. Há um
Deus a quem servimos, que é o Uwumbor bro (único Deus).” O casal falou a
respeito do amor deste Deus e de Yesu Kristu e sua palavra para todos os povos,
inclusive para os fulani-krês. Com a autorização da mulher oraram a Deus
pedindo a sua cura, deixando que cada sentença da petição fosse traduzida para
a mãe aflita. Depois disso limparam as feridas da menina, envolveram-na em um
pano limpo e despediram a mulher.
Quatro dias se passaram na rotina da aldeia. E num fim de tarde o
perfil esguio da mulher foi visto novamente, trazendo consigo a criança envolta
em um pano. Ronaldo sentiu um frio no estômago e pensou: “Ela morreu.” Parando
à frente do casal a mulher, com um largo sorriso, desenrolou o pano e nos
mostrou uma criança sã. Os tumores completamente desapareceram, sequer
deixando cicatrizes. -“Uwumbor adiin” (Deus ouviu), dizia a mulher sorridente.
A mulher, representante dos fulani-krês, povo até então sem nenhum contato
com o Evangelho, começou a andar de palhoça em palhoça testemunhando com
a única frase que sabia na língua konkomba: “Uwumbor adiin”!(Deus ouviu).
Há uma promessa de bênção para todos os povos da Terra. Jesus
está vivo e presente entre nós. Deus pode fazer o impossível acontecer. Cumpramos
a missão de Deus!
Marcelo Rodrigues dos Santos
Extraído de Missões – O Desafio Continua
Ronaldo Lidório – missionário presbiteriano

Nenhum comentário: