quarta-feira, 8 de outubro de 2008



Não demora.
Pensam que somos palhaços, que a vida é uma quimera, estão enganados, para não dizer esganados. Saboreiam com prazer o sufragar ignorante da massa que sofre e abana suor de seu trabalho rude. Aquele que volta triste e sacoleja quieto na condução penosa. De existência calada,lei da vida, lei da favela, triste amanhecer de quem parte, sem deixar com sorte aqueles a quem ama e não pode cuidar. Por que achar que somos iguais, quando muitos sofrem e agoniam no pesar de nunca atingir sequer o direito de uma vida digna. Onde está a dignidade? Há de chegar a hora que se ajustará a corda e faltará o chão para aqueles se lambuzam no mórbido sentido da desonra alheia. Corre os subúrbios, os morros, as favelas e veja o que é , lembra se viveu, o que foi um dia e se puder sentir, tema. Pobre sangue brasileiro, mestiço por natureza forçada, a quem desde sempre foi imposto na força e no tronco, transpassado pela nobreza impura e da maldade exótica. Deixemos Deus e deuses de fora, tratemos da vergonha humana, pra não dizer desumana, onde estão os que lançaram votos de existência sadia e igual? Estes têm vida curta, dura o tempo de engordar os bolsos e sacrificar a carne dos que como si mesmo, um dia contorceu revolta e amealhou desgraças. Este não sabe por que deixou o infortúnio e virou legal na horda dos dignos de saldo alto. Salve os Dantas,os Cacciolas e demais que já sangraram a terra nostra,aguardem os que desviam o pão do pobre e se lambuzam esnobes nas praças da comilança rica e na fornicação putanesca.Não tardará o dia da nação acordar sem jeito de dar errado e sua força ativa correrá perene para a riqueza merecida, após séculos de usurpação sagaz dos estranhos e também dos sórdidos traidores de mãe gentil. Hei de viver para ver o amanhecer risonho de quem goza e gozará então o melhor e merecido fruto,não o colhido de vez por quem não devia. Esta terra é nobre, indicada à fartura desde nascença, roubaram o muito para engordar os tolos que pensaram tudo poder levar, o que não viram é melhor e se levantará com força insuportável, sangrarão os solos onde brotará a fartura e o povo verá sua vez chegar, assistirá a morte dos catinguentos vampiros em praça pública. Abomino a violência, mas confesso torcer para escutar ranger o cadafalso, o patíbulo dos que riem do infortúnio da maioria perplexa.
O Jardineiro 23/07/2008

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