domingo, 12 de outubro de 2008


Resenha sobre o capítulo três do livro:

O que você precisa saber sobre Batalha Espiritual, de Augustus Nicodemus Lopes.

Primeiramente chama a atenção o fato destes defensores da radicalização da chamada batalha espiritual, atribuírem a demônios todo o mal que ocorre sobre a terra e também todo impedimento a realização do bem. Considero compreensível e sedutora esta idéia, pois qualquer coisa que exima o homem de responsabilidade vem a ser muito interessante ao mesmo, visto que tem a tendência natural de apreciar receber tudo de mão beijada e a sentir-se merecedor de toda e qualquer bênção. Defendem estes senhores ações em amplitude total, a toda existência humana e total subordinação às ações demoníacas, fazendo parecer com isso sermos todos desprovidos de mínima proteção por parte de Deus e das Suas hostes celestiais do bem. Pregam a meu ver um estabelecimento de uma espécie de maniqueísmo, equiparando forças entre bem e mal, retroagindo a Pelágio que insiste negar a razão de Agostinho, tornando possível um ir e vir ao estado de salvo ou perdido, quando não admite a graça monergística do Espírito Santo na salvação irreversível do eleito de Deus. Querem criar dependência do crente a uma “elite” de outros “crentes”, estes especialistas em dominar e amarrar toda sorte de entidades malignas. A técnica elabora situações e delimita regiões, criando uma complexidade com intuito de sistematizar as ações do adversário de nossas almas, dando ao mesmo a meu ver um cartaz desmerecido, visto que o mesmo já foi vencido por JESUS, sendo assim não está com “esta bola toda”. Creio que sua ação maligna existe e é evidente, mesmo para quem não é profundo conhecedor das escrituras, sabemos que Satanás pode ser usado por Deus no intuito de quebrantar um crente e também para levar um ímpio à salvação permitindo provações construtivas. Não podemos esquecer que o demônio já está amarrado e não necessita ser amarrado repetidamente, sendo nosso Deus capaz de criar um universo inteiro e maravilhoso, como poderia não saber fazer um nó correto. Vejo contrariarem verdades bíblicas como: “Deus resiste aos soberbos, contudo aos humildes concede a graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo”.1Pe 5:6-9
Sendo esta afirmação comprobatória da capacidade por parte do adversário de ousar influir ou inferir atitudes sobre qualquer filho de Deus, mas comprova nossa capacidade para resistir. Concordo e agradeço ao rev. Nicodemos sua costumeira definição de pontos de vista autênticos e lúcidos, ao se referir a tendência de nossa igreja constantemente se expor a esmorecimento e ao desânimo, esfriando seu coração, afastando-se das orações. “A igreja é tentada perder a visão espiritual, a deixar de discernir além do que é visível aos olhos humanos, limitando-se a perceber somente o que é palpável, ao tangível, sem enxergar além das realidades concretas”. Como também afirma, “a igreja esquece que há uma batalha ocorrendo neste momento, que existem poderes espirituais do mal, que estão vindo sobre a igreja”. Continua “De qualquer forma, mesmo com um conceito defeituoso de oração, o movimento de “batalha espiritual” tem corretamente destacado a importância da oração para a vida da igreja em sua tarefa missionária. E contra essa ênfase, nada se pode dizer”.

r.e.castro 12/10/2008

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