quarta-feira, 2 de abril de 2008



C.S. Lewis surpreendido pela alegria Do ateísmo, Lewis passou para o teísmo e do teísmo, para o cristianismo. No ateísmo, ele não acreditava em Deus algum. No teísmo, passou a acreditar num Ser Sobrenatural, numa Inteligência Superior, numa Autoridade Última, num Governador do Universo. No cristianismo, declarou haver "um Deus" e que "Jesus é o seu Filho Único". Antes da metanóia (mudança de mente), Lewis dizia que, assim como Hércules ou Odim foram considerados deuses depois de terem morrido, o profeta judeu Yeshua (Jesus) também foi considerado Deus depois de ter sido crucificado e sepultado. Jesus era mais um mito entre outros tantos. Contudo, depois da Páscoa de 1929, para Lewis Jesus deixou de ser simplesmente filho de Maria e José ou qualquer outro homem, o contestador, o mártir, o morto que nunca se levantou da tumba. Ele o descobriu como o Deus invisível que se tornou visível, cuja morte foi vicária, cuja ressurreição aconteceu de fato, cujos ensinos e promessas são totalmente confiáveis e cuja volta em poder e glória é absolutamente certa. Mas a alteração não ficou apenas no terreno da contemplação e da teologia. Ele mudou completa e drasticamente, como observa Nicholi. O diário de Lewis, que ele abandonou depois da conversão, mostra que ele era crítico, orgulhoso, cínico, cruel e arrogante (há registros discriminatórios, como "italianinho repulsivo", "padre asqueroso", "mulher gorda, feia e bonachona", e alguém que ele chama de "pequeno asno"). O autor de Os Quatro Amores abandonou esse comportamento e passou a viver e a ensinar a prática da afeição: "Você pode dizer o que bem entender no tom certo e no momento certo - no tom e no momento que não têm a intenção de machucar, e não vão mesmo machucar".5 Lewis ensinava também que os nossos relacionamentos com os outros devem ser caracterizados por "um amor real e custoso, com profundo pesar pelos pecados dos outros, [...] sem arrogância, nem superioridade, nem presunção".6 Ao abandonar o ateísmo, Lewis abandonou Freud. O mandamento de Jesus é amar o próximo como a si mesmo (Mt 19.19), mas o criador da psicanálise mudou para amar o seu próximo como o seu próximo o ama. Lewis preferiu ficar com o ensino cristão. Para ele, se não amamos uma pessoa é preciso começar a desgostar menos e a gostar um pouco mais dela... Outra evidência da mudança de Lewis é que ele se tornou um destemido e bem-sucedido arauto da fé, principalmente no meio acadêmico e literário. A professora Gabriele Greggersen, autora de A Antropologia Filosófica de C.S. Lewis (Editora Mackenzie, 2001), afirma que "todas as palestras radiofônicas, difundidas pela BBC de Londres, e obras, que vão desde a ficção científica a um tratado de literatura, de C.S. Lewis, carregam a mensagem de esperança para um mundo já esvaziado de parâmetros antropológicos sólidos".7 Dos vários livros de Lewis, o que mais explicitamente descreve o encontro dele com Deus é a autobiografia Surpreendido pela Alegria (Editora Mundo Cristão, 1998), leitura obrigatória em cursos de graduação e pós-graduação oferecidos por universidades de renome internacional. Gabriele garante que há cerca de 400 mil sites diferentes dedicados a Clive Staples Lewis, inclusive o que ela organizou no Brasil (www.cslewisbrasil.org).8 O psiquiatra Armand M. Nicholi Jr., que ministrou por 35 anos um curso sobre Freud e Lewis em Harvard, termina o livro Deus em Questão com a seguinte afirmação: "Freud e Lewis representam as partes conflitantes dentro de nós mesmos. Uma parte levanta a voz de desafio à autoridade, dizendo como Freud: 'Não me renderei jamais'. A outra, como Lewis, reconhece dentro de si um alento profundamente assentado por restabelecer um relacionamento com o Criador".9

Retirado site www.ippinheiros.org.br

r.e.castro 2/04/2008

Nenhum comentário: